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No Senado, ministro da Educa\u00e7\u00e3o disse que n\u00e3o houve corte, mas contingenciamento<\/strong><\/em><\/p>\n

Depois de bloquear 30% do or\u00e7amento das universidades federais do Pa\u00eds, o ministro da Educa\u00e7\u00e3o, Abraham Weintraub, esteve hoje (7) no Senado para justificar a medida e apresentar seus projetos para a pasta. Aos parlamentares, Weintraub minimizou o corte de recursos para o ensino superior. \u00a0“\u00c9 sacrossanto o or\u00e7amento? N\u00e3o podem economizar nem uma migalha?”, disse ao ser questionado sobre a dificuldade relatada pelos reitores em manter as institui\u00e7\u00f5es ap\u00f3s a redu\u00e7\u00e3o de recursos. <\/span><\/p>\n

“A universidade federal hoje no Pa\u00eds custa R$ 1 bilh\u00e3o. N\u00e3o d\u00e1 para buscar nada [para cortar]? Todo mundo no Pa\u00eds est\u00e1 apertando o cinto”, completou Weintraub. O ministrou criticou programas petistas, como Financiamento Estudantil (Fies) e o Programa Nacional de Acesso ao Ensino T\u00e9cnico (Pronatec), \u00a0e voltou a defender cortes na \u00e1rea de humanas. <\/span><\/p>\n

Com um bloqueio de R$ 7,3 bilh\u00f5es do or\u00e7amento do Minist\u00e9rio da Educa\u00e7\u00e3o (MEC), o ministro negou por diversas vezes que haja corte de recursos para as universidades federais e disse que houve um contingenciamento. “Se a economia tiver crescimento, com a aprova\u00e7\u00e3o da Reforma da Previd\u00eancia, se descontingencia o recurso. N\u00e3o h\u00e1 corte, a economia imp\u00f4s o contingenciamento diante da arrecada\u00e7\u00e3o mais fraca e n\u00f3s obedecemos”, disse. <\/span><\/p>\n

Ele ainda prop\u00f4s aos reitores que marquem reuni\u00f5es com o MEC para discutir a nova situa\u00e7\u00e3o financeira das universidades federais. Ele chegou a comparar a situa\u00e7\u00e3o do contingenciamento com a situa\u00e7\u00e3o de empresas privadas. “30% \u00e9 sobre uma parte pequena do volume total de despesa. O dono de uma empresa \u00e0s vezes tem que fazer corte de 20% e sobrevive”, disse. <\/span><\/p>\n

Questionado sobre o contingenciamento de R$ 2,4 bilh\u00f5es para a educa\u00e7\u00e3o b\u00e1sica, o \u00a0ministro apenas afirmou que o bloqueio n\u00e3o \u00e9 permanente e pode ser revertido com a melhora da economia. Tamb\u00e9m questionado sobre o bloqueio de verbas para a constru\u00e7\u00e3o de creches, que minutos antes havia sido elencado por Weintraub como prioridade, o ministro n\u00e3o respondeu. “Quantas creches o governo Dilma cortou”, se limitou a dizer. <\/span><\/p>\n

Humanas <\/strong><\/p>\n

Weintraub se disse contra a cobran\u00e7a de mensalidades nas universidades p\u00fablicas, favor\u00e1vel \u00e0 autonomia universit\u00e1ria e \u00e0 aproxima\u00e7\u00e3o das institui\u00e7\u00f5es com o mercado produtivo e do empreendedorismo. “Mas autonomia n\u00e3o \u00e9 soberania. E os campi n\u00e3o podem ter consumo de drogas, porque a lei n\u00e3o permite”, disse, o que foi rebatido por senadores.<\/p>\n

O ministro apresentou dados sobre impacto de produ\u00e7\u00e3o cient\u00edfica para justificar planos, j\u00e1 anunciados, de cortes nas \u00e1rea de humanas. Ele ressaltou que as \u00e1reas de sa\u00fade, biol\u00f3gica, agr\u00e1rias e multidisciplinares t\u00eam maior impacto cient\u00edfico, ao passo que ci\u00eancias sociais aplicadas, humanidades e lingu\u00edsticas n\u00e3o teriam os mesmos resultados.<\/p>\n

“O problema \u00e9 que a maior parte das nossas bolsas n\u00e3o est\u00e1 dando [resultado]”, disse ele. O presidente Bolsonaro sugeriu que a \u00e1rea de humanas ter\u00e1 redu\u00e7\u00e3o de or\u00e7amentos. Segundo a Capes, 14,9% das bolsas atuais s\u00e3o do grupo de humanas e outros 8,8% de ci\u00eancias sociais aplicadas, como economia. A \u00e1rea de sa\u00fade responde por 14,3% e biol\u00f3gicas, 10,3%.<\/p>\n

Os bloqueios, que integram ordem de contingenciamento para todo governo, n\u00e3o pouparam a educa\u00e7\u00e3o b\u00e1sica, apontada como prioridade da gest\u00e3o.<\/p>\n