Na linha de a\u00e7\u00e3o proposta por Gramsci, a tomada do poder \u00e9 feita gradativamente dominando-se institui\u00e7\u00f5es chaves da sociedade civil, e.g. igreja, sindicatos, movimentos sociais, imprensa, \u00a0etc. bem como institui\u00e7\u00f5es da pr\u00f3pria Rep\u00fablica, e.g. Judici\u00e1rio, Congresso etc. Em seguida, assalta-se o poder aproveitando-se deste dom\u00ednio. Para que funcione, \u00e9 preciso eliminar primeiro as trincheiras do pensamento livre e cr\u00edtico que est\u00e3o presentes em cada uma dessas institui\u00e7\u00f5es. Vejamos alguns exemplos concretos onde isto est\u00e1 ocorrendo. Na igreja, \u00e9 not\u00f3rio a infiltra\u00e7\u00e3o marxista de modo que n\u00e3o \u00e9 dif\u00edcil perceber que alguns religiosos n\u00e3o passam de meros marxistas pretendendo ser sacerdotes. O caso mais conhecido sendo o do dominicano frei Betto que certa vez admitiu: \u201cO que propomos n\u00e3o \u00e9 teologia dentro do marxismo, mas marxismo (materialismo hist\u00f3rico) dentro da teologia\u201d. Isso nos mostra como se d\u00e1 o projeto gramscista de pervers\u00e3o do pr\u00f3prio cristianismo. Movimentos como o MST, bem como sindicatos e centrais sindicais com uma agenda nitidamente marxista dispensam coment\u00e1rios. No caso das escolas e universidades tal fen\u00f4meno se verifica pela n\u00e3o observ\u00e2ncia da neutralidade da educa\u00e7\u00e3o, o que Jules Monnerot em 1968 chamava de trai\u00e7\u00e3o do valor verdade nas universidades francesas onde o marxismo era apresentado como algo cient\u00edfico subvertendo o ensino das mais diversas disciplinas [4].<\/p>\n

Nas universidades brasileiras fomenta-se o marxismo pelo dom\u00ednio sistem\u00e1tico dos DCE’s por lideran\u00e7as estudantis que nada mais fazem do que repetir a doutrina\u00e7\u00e3o marxista que um dia receberam, e em institutos dentro das universidades que patrocinam eventos onde a Am\u00e9rica Latina \u00e9 pensada unicamente sob a \u00f3tica marxista.<\/p>\n

Para se combater esta tend\u00eancia devemos formar trincheiras do tipo “think-tanks” independentes, livres, e n\u00e3o alinhados ao projeto marxista delineado por Gramsci. Obviamente, nestas trincheiras n\u00e3o devem estar os petistas de plant\u00e3o, nem mesmo os bem-intencionados, pois eles, conscientes ou n\u00e3o deste projeto, alguns menos inteligentes, outros um pouco mais inteligentes mas n\u00e3o menos doutrinados – o que na pr\u00e1tica os reduz aos j\u00e1 inicialmente citados – n\u00e3o ser\u00e3o capazes de separar o fato de seu partido estar no poder com a necessidade de se combater uma onda revolucion\u00e1ria que h\u00e1 muito tempo tenta transformar nossa na\u00e7\u00e3o numa ditadura comunista.<\/p>\n

O melhor ant\u00eddoto contra tudo isto \u00e9 a defesa da democracia. Mas, uma condi\u00e7\u00e3o necess\u00e1ria \u00e9 perceber que a comuniza\u00e7\u00e3o de nossa na\u00e7\u00e3o n\u00e3o se dar\u00e1 pela revolu\u00e7\u00e3o violenta mas sim pelos novos paradigmas gramcistas que preconizam a tomada dessas trincheiras de resist\u00eancia ao projeto revolucion\u00e1rio comunista. Mas, n\u00e3o nos iludamos, n\u00e3o h\u00e1 nada de democr\u00e1tico nesta proposta gramscista, afinal, no Brasil a op\u00e7\u00e3o de n\u00e3o tomar o poder pela revolu\u00e7\u00e3o violenta \u00e9 uma mera estrat\u00e9gia para evitar a derrota que lhes foi imposta em 35, em 64, e de 66-75 (luta armada). Contudo, uma vez tomado o poder, a viol\u00eancia ser\u00e1 recurso sistem\u00e1tico para a “manuten\u00e7\u00e3o” do poder adquirido (n\u00e3o ser\u00e1 esta a inten\u00e7\u00e3o do populista Chavez com as suas infames mil\u00edcias populares?). Estejamos, pois, alertas e estudemos a nova forma de atuar desses revolucion\u00e1rios [3, 4] para que possamos combat\u00ea-los e defender nossa democracia como souberam defender aqueles civis e militares que no passado combateram meliantes comunistas lesa-p\u00e1tria que com armas nas m\u00e3os queriam nos impor sua insanidade ideol\u00f3gica. \u00a0Em rela\u00e7\u00e3o ao pr\u00f3ximo governo, resta saber o quanto da Wanda ou da Stella ainda persiste na Dilma de agora.<\/p>\n

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[3] “A Revolu\u00e7\u00e3o Gramscista no Ocidente”, S\u00e9rgio Avellar Coutinho.<\/p>\n

[4] “Desmarxizar a Universidade”, Jules Monnerot.<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"