A press\u00e3o feita pelo presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Cezar Peluso, e pelo presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Ricardo Lewandowski, foi insuficiente para apressar na C\u00e2mara dos Deputados a tramita\u00e7\u00e3o do projeto de lei que prev\u00ea aumento de 56% dos sal\u00e1rios dos servidores da Justi\u00e7a Federal. Peluso reuniu-se no in\u00edcio da tarde de ontem com o presidente da C\u00e2mara, Michel Temer (PMDB SP), e com l\u00edderes dos partidos da Casa. Poucas horas depois, recebeu no STF deputados que integram a Comiss\u00e3o de Trabalho, onde o projeto de lei est\u00e1 parado. Mesmo assim, a proposta n\u00e3o ser\u00e1 votada em regime de urg\u00eancia, como quer o Judici\u00e1rio, e a mat\u00e9ria n\u00e3o deve ser apreciada antes das elei\u00e7\u00f5es.<\/p>\n

O presidente da Comiss\u00e3o de Trabalho, deputado Alex Canziani (PTB-PR), saiu da reuni\u00e3o no in\u00edcio da noite falando em diminui\u00e7\u00e3o do percentual do reajuste, em escalonamento na concess\u00e3o do aumento e em um novo relat\u00f3rio para o projeto de lei. Estamos buscando um acordo, disse. J\u00e1 o deputado Luciano Castro (PR-RR) argumentou que o impacto financeiro do reajuste cair\u00e1 sobre as costas do governo. Por isso, segundo o parlamentar, o valor do reajuste deve ser calculado com o Executivo. Agora, os integrantes da comiss\u00e3o v\u00e3o se reunir com o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, para tratar das mudan\u00e7as no projeto.<\/p>\n

As dificuldades no avan\u00e7o da mat\u00e9ria o presidente Luiz In\u00e1cio Lula da Silva j\u00e1 avisou na segunda-feira que n\u00e3o haver\u00e1 reajustes a servidores este ano levaram a discursos mais brandos no STF. O diretor-geral do Supremo, Alcides Diniz, ressaltou que a proposta precisa ser negociada, o que pode significar um reajuste inferior ao desejado pela categoria. O di\u00e1logo vai nortear as condi\u00e7\u00f5es de aprova\u00e7\u00e3o do projeto. O TSE, por outro lado, endureceu o tom. Essa greve \u00e9 ilegal, afirmou Lewandowski.<\/p>\n

Em ano eleitoral, aumentam os movimentos de greve de servidores dos Tr\u00eas Poderes. Em nove estados, funcion\u00e1rios da Justi\u00e7a Federal j\u00e1 est\u00e3o de bra\u00e7os cruzados. Uma assembleia geral da categoria, prevista para hoje, em frente ao TSE, decidir\u00e1 se os servidores do Distrito Federal tamb\u00e9m v\u00e3o paralisar as atividades. N\u00e3o negociamos um reajuste inferior a 56%. N\u00e3o aceitamos baixar nenhum centavo, afirma o coordenador-geral do Sindicato dos Trabalhadores do Poder Judici\u00e1rio e do Minist\u00e9rio P\u00fablico da Uni\u00e3o no DF (Sindjus-DF), Roberto Policarpo.<\/p>\n

Cortesia<\/strong><\/p>\n

Cezar Peluso n\u00e3o falou com a imprensa ap\u00f3s o encontro, mas os deputados que participaram da reuni\u00e3o disseram que a visita foi apenas uma cortesia e que, no encontro, o reajuste n\u00e3o foi discutido. Mas na pr\u00f3pria divulga\u00e7\u00e3o do teor da reuni\u00e3o, a raz\u00e3o apresentada era a de debater o aumento. Ningu\u00e9m falou disso, afirmou o l\u00edder do PMDB na Casa, Henrique Eduardo Alves (RN). Foi uma visita de cortesia, reiterou Temer, acrescentando que o projeto n\u00e3o ser\u00e1 inclu\u00eddo na pauta de vota\u00e7\u00e3o neste semestre.<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"