O Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Floresta (IBDF) foi um \u00f3rg\u00e3o federal criado no ano de 1967 respons\u00e1vel pela utiliza\u00e7\u00e3o racional dos recursos florestais e ao desenvolvimento do setor florestal no Pa\u00eds. Nas d\u00e9cadas de 70 e 80 plantou muitas \u00e1rvores para incentivar a forma\u00e7\u00e3o de povoamentos florestais com o objetivo de disponibilizar madeira para a sociedade e diminuir a press\u00e3o sobre os remanescentes florestais. Infelizmente ele foi extinto e o seu patrim\u00f4nio foi transferido ao IBAMA, a exemplo de \u00e1reas com \u00e1rvores plantas de ess\u00eancias nativas (Arauc\u00e1ria) e ex\u00f3ticas (Pinheiro Americano) . Hoje essas \u00e1rvores est\u00e3o com idades superiores a 35 anos registrando nos seus an\u00e9is de crescimento os hist\u00f3ricos de d\u00e9cadas de produ\u00e7\u00e3o florestal de grande interesse para a pesquisa florestal.<\/p>\n

Na cidade de Curitibanos em Santa Catarina existe uma \u00e1rea florestal de 22 hectares que foi equivocadamente revertida para a prefeitura que pretende o corte das \u00e1rvores para destinar o local para loteamentos urbanos. Ao inv\u00e9s de ser doada para a Universidade Federal de Santa Catarina que pretende realizar estudos cient\u00edficos de crescimento e manejo florestal, al\u00e9m do uso para a expans\u00e3o da universidade na cidade.<\/p>\n

O erro se deve ao um processo administrativo aberto em nome da Universidade para o IBAMA, por um ex Diretor Administrativo do Campus de Curitibanos que n\u00e3o tem conhecimento t\u00e9cnico e cient\u00edfico, que acreditava que o dinheiro das \u00e1rvores cortadas teria mais valor para a UFSC, e que \u00e1rea seria mais relevante para a prefeitura. O que n\u00e3o \u00e9 verdade. Somente com a presen\u00e7a de novos professores e pesquisadores recentemente contratados pela Universidade foi percebido o grande erro com o patrim\u00f4nio p\u00fablico federal que est\u00e1 a beira da destrui\u00e7\u00e3o. Uma perda incalcul\u00e1vel por ser raro a exist\u00eancia de povoamentos florestais com idade superior aos 35 anos que podem ser avaliados por mais 50 ou 100 anos, dando novos rumos as atividades de manejo florestal na regi\u00e3o.<\/p>\n

Foi pedido ao IBAMA reconsidera\u00e7\u00e3o no processo em favor da Universidade, mesmo o processo estando em nome da UFSC. Contudo, a procuradoria j\u00e1 havia dado encaminhamento favor\u00e1vel ao revers\u00e3o da \u00e1rea para prefeitura com publica\u00e7\u00e3o do ato no di\u00e1rio oficial da uni\u00e3o, faltando apenas a assinatura no cart\u00f3rio que at\u00e9 o momento n\u00e3o foi realizada, possibilitando uma chance para salvar as \u00e1rvores e as pesquisas cient\u00edficas.<\/p>\n

Recentemente foi realizado uma reuni\u00e3o com professores e representantes da prefeitura que cederiam uma parcela da \u00e1rea para concess\u00e3o de apenas 15 anos, sendo que a \u00e1rea oferecida n\u00e3o tem as \u00e1rvores com interesse na pesquisa e grande parte dela est\u00e1 degradada. A falta de controle das pesquisas e o tempo para an\u00e1lise \u00e9 preocupante, porque n\u00e3o h\u00e1 garantias que as \u00e1rvores ficar\u00e3o em p\u00e9, e que os estudos de longo prazo poder\u00e3o ser realizados com as \u00e1rvores mais velhas em \u00e1reas rodeadas por \u00e1rvores vizinhas, simulando a situa\u00e7\u00e3o de uma \u00e1rea produtiva como um povoamento florestal (floresta plantada).<\/p>\n

O que resta aos pesquisadores \u00e9 alertar a sociedade, a reitoria e os poderes p\u00fablicos do fato da destrui\u00e7\u00e3o desses recursos naturais em prol da especula\u00e7\u00e3o imobili\u00e1ria conduzida pelo poder municipal da cidade Curitibanos. Alertar ao Minist\u00e9rio P\u00dablico Federal da import\u00e2ncia dessa \u00e1rea para a Universidade Federal de Santa Catarina j\u00e1 manifestada pelos cursos de gradua\u00e7\u00e3o em Agronomia, Engenharia Florestal e Medicina Veterin\u00e1ria.<\/p>\n

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