Reajuste da Unimed: Prodegesp relata situação e sindicatos reafirmam que 24,12% é inaceitável

A Pró-Reitora de Desenvolvimento e Gestão de Pessoas, Carla Búrigo, recebeu as diretorias dos sindicatos dos professores e dos técnico-administrativos da UFSC – Apufsc-Sindical e Sintufsc – para relatar a situação do Plano de Saúde Unimed contratado pela UFSC, em que a operadora pretende reajustar as mensalidades em 24,12%. A reunião foi realizada em resposta aos pedidos de explicação das entidades sobre a nota publicada na página da reitoria planodesaude.ufsc.br, em que é informada a existência de processo de negociação para o reajuste, apenas com a imagem da cláusula do contrato que prevê a sua possibilidade e com o percentual sugerido pela empresa.

O Diretor do Departamento de Atenção à Saúde, Paulo Eduardo Botelho, fez uma exposição sobre a situação do contrato 010/2014 com a Unimed, informando que ele vence no final do atual mês de março, mas que a Reitoria pretende fazer um aditamento prevendo até seis meses de prorrogação, por não ter ainda conseguido concluir o processo de licitação para um novo contrato, que o substituiria, e que pode ser eventualmente com outra operadora. A preocupação do DAS é não deixar a descoberto os mais de quinze mil segurados pelo plano, tendo em vista que há um número considerável de pessoas em tratamento contínuo de enfermidades ou internados em hospitais. Por fim, o Diretor do DAS apresentou os argumentos da Unimed para o percentual de reajuste de 24,12%, que vigoraria durante os meses de prorrogação do contrato (já que a nova licitação definiria um novo valor depois disso).

Os argumentos da operadora seriam a cláusula do contrato que prevê um superávit de 25% do seu faturamento no plano em relação ao uso feito pelos segurados. Como em 2018 o contrato proporcionou um superávit para a Unimed menor do que a expectativa prevista, a empresa alega que teve prejuízo, e pretende ser reparada por isso com o reajuste.

A diretoria da Apufsc questionou o argumento, demonstrando que no demonstrativo de comportamento financeiro apresentado pela própria empresa em 2018, está registrado um superávit de 6,91%, no valor de R$ 5,09 milhões, não havendo prejuízo efetivo mas apenas quebra na expectativa de um lucro maior. Os diretores também salientaram a necessidade de auditar os números apresentados pela Unimed, que envolvem a quantia de mais de 78 milhões de reais recebidos pela empresa em 2018 com este contrato. O Diretor do DAS informou que recebe relatórios detalhados da Unimed, mas que, devido a sua extensão, realiza apenas conferências pontuais com o auxílio de uma médica da UFSC, e que neste ano encontraram inconsistências de cerca de 60 mil reais, pouco significativas em relação aos valores totais movimentados. A diretoria do Sindicato sugeriu que o DAS adotasse técnicas profissionais de auditoria.

O Coordenador de Saúde Suplementar, André Rosa, também presente à reunião, informou que um elemento complicador no custo do Plano, que impacta também a nova licitação, é o número de agregados dos segurados, principalmente pais e avós, que pela faixa etária utilizam mais os serviços de saúde e elevam  o gasto. A diretoria da Apufsc sugeriu que se estudasse a possibilidade de diferenciar as mensalidades dos agregados (pais e avós) em relação aos segurados e seus dependentes (cônjuges e filhos) nos próximos contratos.

Os dois sindicatos reafirmaram à Reitoria que consideram o índice de 24,12% de reajuste inaceitável, e pediram para a Prodegesp levar esta posição à rodada de negociação com a empresa prevista para a próxima quarta-feira, dia 13 de março. O Coordenador Geral do Sintufsc, Celso Martins, previu que muitos servidores abandonarão o plano com este reajuste. 

O Presidente da Apufsc, Bebeto Marques, cobrou a convocação de reunião da Comissão de Acompanhamento dos Planos de Saúde, com participação dos sindicatos, como previsto em sua criação pelo reitor Cancelier, e que não foi realizada desde o ano passado. Em sua última reunião, em outubro de 2018, a Comissão indicou à Reitoria a realização de estudos para a viabilização de um projeto de autogestão de saúde suplementar, a exemplo do SC Saúde, que livraria a UFSC da dependência de operadoras comerciais. Até agora não foi tomada nenhuma iniciativa nesta direção.

A pró-reitora Carla Búrigo se comprometeu a chamar novamente as entidades após a reunião com a Unimed da próxima quarta-feira para dar um retorno da situação.