O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), vinculado ao Ministério da Educação (MEC), lançou uma nota técnica sobre o trabalho de avaliação do banco de questões utilizado para a montagem do Enem. Chamada de “grupo especial misto para leitura transversal”, a comissão designada nesta quarta-feira (20) é composta por três pessoas e terá como objetivo identificar “abordagens controversas com teor ofensivo a segmentos e grupos sociais, símbolos, tradições e costumes nacionais”.
O texto assinado pelo diretor de Avaliação da Educação Básica do Inep, Paulo Cesar Teixeira, defende ainda que “avaliadores externos atuem no processo de validação de conteúdo dos itens, de forma que a análise não perpasse aspectos formais e pedagógicos, mas temáticas que não se coadunam com os objetivos do exame”. Leia a nota no site do Inep
Qualidade e segurança da prova
Especialistas entrevistados pelo jornal O Estado de S. Paulo demonstraram preocupação com a medida do Ministério da Educação. Nenhum dos três indicados à comissão que inspecionará a prova possui experiência no campo da avaliação educacional, o que pode gerar insegurança e comprometer a qualidade da prova, de acordo com educadores.
Francisco Soares, presidente do Inep entre 2014 e 2016 e especialista em avaliação da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), relatou ao jornal que as questões já passam por etapas de verificação. “Não estão claros os critérios que serão usados. É uma comissão sem expressão técnica e sem legitimidade acadêmica“, disse. “O Brasil é muito plural, algumas pessoas podem estranhar alguma coisa, mas não dá para ter homogeneidade. Não se ensina uma pessoa dizendo para ela pensar de uma única maneira”, completou.
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Quem são os membros da comissão: G1