Após pressão de sindicatos, Unimed recua e suspende reajuste em abril

Reitoria diz que licitação para contratação de novo plano de saúde deve estar concluída em um mês 

Após tentar emplacar um reajuste de 24,12% no plano de saúde dos professores da UFSC, a Unimed recuou e fez uma contraproposta para a universidade. A empresa propôs, e a reitoria aceitou, não aplicar o aumento em abril e, a partir de maio, reajustar as mensalidades em 19,35%, por um período de cinco meses, com a prorrogação do atual contrato. A reação dos sindicatos contra o aumento das mensalidades fez a reitoria voltar à mesa de negociação com a Unimed.   

O contrato com a empresa venceria em abril e foi prorrogado por um prazo de até seis meses. No entanto, a UFSC pretende concluir a licitação para contratação de um novo plano de saúde em 30 dias. Segundo Paulo Botelho, diretor do Departamento de Atenção à Saúde da Pró-Reitoria de Desenvolvimento e Gestão de Pessoas (Prodegesp),  isso significa que, na prática, o reajuste de 19,35% não seria aplicado, uma vez que a licitação  deve estar completa antes de maio, mês em que aumento entraria em vigor. Entretanto, se houver atrasos no andamento do processo, os professores correm o risco de arcar com o aumento. 

O presidente da Apufsc, Bebeto Marques, vê o recuo da Unimed como positivo, mas reforça que “nada está garantido”. “Se a Unimed se apresentar e vencer a licitação, por exemplo, esse reajuste bem provavelmente deve estar incorporado na proposta da empresa”, afirmou. “Foi importante a pressão sobre a Unimed através do sindicato e o comportamento da administração central. Mas a Apufsc segue convicta de que é necessário organizar um sistema de autogestão.” Bebeto defende uma mudança no modo como a instituição se relaciona com as operadoras de plano de saúde, em que haja mais acesso às contas, auditoria constante e uma discussão sobre o lucro que as empresas embutem nos contratos. 

No momento, o edital da licitação passa por análise jurídica da universidade e deve ser publicado ainda nesta semana. “Esperamos que a ampla concorrência da licitação, que está aberta a empresas de todo o Brasil, resulte em um preço menor para o professor, mas não há garantia”, disse Botelho.  Ele diz isso porque a UFSC é  obrigada a contratar a operadora que ofereça o menor preço, mesmo que seja superior ao acordado com a Unimed agora.

O reajuste e a licitação não afetam os professores que têm o plano da Unimed Apufsc, que segue inalterado e no momento não está aberto para ingresso.

 

V. L. / N.O.