Esses pais devem ser processados e “no limite” perder a tutela das “crianças infratoras”, afirmou o ministro da Educação
Em entrevista ao jornal O Estado de São Paulo, o novo ministro da Educação, Abraham Weintraub, abordou o assunto disciplina nas escolas. Ele defende que professores agredidos em sala de aula chamem a polícia e que os pais sejam processados e, “no limite”, percam o Bolsa Família e a tutela das “crianças infratoras”. “Temos de cumprir leis ou caminhamos para barbárie. Hoje, há muito o “deixa disso”, “coitado”. O coitado está agredindo o professor”, disse, frisando que ainda não há medidas previstas para enfrentar o problema.
Weintraub afirma não ser um radical e nem “caçador de comunistas”. Declarou também que ficará vigilante a “tudo que sair” da pasta, como livros didáticos, e que estará atento a “sabotagens”. “Ainda tem gente que vai sabotar. Estamos preocupados com vazamentos, com sabotagens. Mas não estou indo lá caçar ninguém. Não gosto do comunismo, mas aceito o comunista. Quero a redenção dele.”
Quando questionado sobre a última afirmação, Weintraub negou que haverá perseguição no MEC e disse que quer convencer pela lógica as pessoas que classifica como “comunistas”. “A pessoa não é má pura e simplesmente. Ela está envolvida numa mentira e aquilo é uma realidade para ela.”
Weintraub afirmou ainda que trabalhará para entregar o que está no plano de governo e não fará, por enquanto, mudanças no Fies ou no Prouni. Sobre o Enem, ele disse que o cronograma do Enem será cumprido e que Bolsonaro não lerá previamente as questões da prova.
Quem não se alinhar à cúpula “está fora”, diz novo ministro da Educação
Durante a cerimônia de posse, Abraham Weintraub fez um discurso breve e direto no qual deixou clara a intenção de “pacificar” o MEC. Ele também avisou que quem não se alinhar às diretrizes da cúpula “está fora” e disse não ser radical.
“A gente vai pacificar o MEC. Estamos decretando a partir de agora que o MEC tem um rumo e uma direção. Quem não está satisfeito com ela, avise, porque será retirado”, afirmou.
O novo ministro é ideologicamente afinado com o escritor Olavo de Carvalho e foi integrante da equipe de transição do governo do presidente Bolsonaro, quando ajudou a formular o programa de Bolsonaro para a previdência.
Weintraub também é professor da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), mestre em administração na área de finanças pela Faculdade Getúlio Vargas (FGV) e graduado em Ciências Econômicas pela Universidade de São Paulo (USP – 1994).
“Estamos abertos a diferentes posições. Podem ser olavistas, militares, gente de esquerda, mas com diálogo”. Segundo o novo ministro, se alguém “pisou fora da linha, começou a plantar coisa, a brigar internamente, está fora na hora”.
Weintraub ponderou que todos terão que seguir as diretrizes do presidente Jair Bolsonaro. “Eu tenho minha convicções, mas tenho que me pautar pelas convicções de quem está no topo do time. Não existe hipótese de aqui dentro haver discordância”, afirmou. “Mesmo que pessoa não tenha visão ideológica como a nossa, a gente vai escutar.”
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C.G./L.L.