Mesmo com redução de 70% nas verbas de capital desde 2014, universidades continuam funcionandod+ associação de reitores se reúne com o ministro Weintraub nesta quinta-feira (16)
A Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) vai apresentar ao ministro da Educação, Abraham Weintraub, na audiência na Câmara nesta quinta-feira (16), um mapa dos cortes nas universidades. Esse levantamento dos cortes, universidade por universidade, foi realizado pela Andifes para ser enviado aos reitores e também para subsidiar o MEC.
“Falta informação sobre a produção das universidades e isso nós vamos tentar apresentar ao ministro”, diz o presidente da Andifes e reitor da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), Reinaldo Centoducatte. Desde que o ministério anunciou o corte de 30% nas universidades, ele participou de várias reuniões e conversas telefônicas em busca de informações sobre os impactos dos cortes nas instituições. Ele antecipa que, na maioria das universidades, o impacto dos cortes no custeio total ultrapassa os 30%.
A Andifes vem se articulando com diversos setores da sociedade que reconhecem a importância das universidades públicas e defende a abertura de diálogo com o MEC. A audiência de quinta-feira será a primeira oportunidade de conversar diretamente com o ministro Weintraub. Até agora, o presidente da Andifes só conversou pessoalmente com o secretário de Ensino Superior, Arnaldo Barbosa Lima, mas antes do anúncio dos cortes.
“Nós nos colocamos à disposição do MEC para discutir os programas, receber deles os projetos, as propostas e a metas que o MEC tem e também para apresentar as nossas posições, nossas propostas ”, diz Centoducatte. Ele avalia que falta informação sobre a produção nas universidades.
Ao contrário do tem sido usado pelo governo como argumento, “as universidades públicas produzem mais de 95% da produção científica desse país”, afirma o presidente da Andifes, chamando a atenção para as publicações das universidades públicas. Outro argumento falso a ser contraposto é o de que as universidades são mal administradas: se os recursos de capital já foram reduzidos em 70% desde 2014 e, ainda assim, as universidades continuam “abrindo novos cursos, abrindo novas vagas, executando as suas pesquisas, publicando livros, formando estudantes. Onde é que está essa má utilização de recursos?”, questiona.
Em relação ao corte nas bolsas de pós-graduação, Centoducatte salienta que para ter direito às bolsas, os estudantes têm que se dedicar exclusivamente à pesquisa, não podem ter outro vínculo empregatício. “Sem a bolsa, como eles vão fazer? Algum tipo de sacrifício, pedir o trancamento da matrícula, vão se afastar? Estamos num cenário que gera incerteza em todo o quadro”.
Leia: Uol Educação