O ministro da Educação, Abraham Weintraub, afirmou nesta terça-feira (14) durante café da manhã com jornalistas, ser favorável à entrada da polícia nas universidades. “Autonomia universitária não é soberania”, disse. Ele argumentou que, no passado, a regra pode ter feito sentido, mas atualmente é dispensável. “Entendo por que no passado foi criada essa soberania universitária. Mas hoje não tem necessidade de a polícia não poder entrar no campus”, afirmou. “Por que as universidades têm regras diferentes do resto do Brasil?”
A relação entre o ministro e as universidades federais se deteriorou nos últimos dias, depois do anúncio do contingenciamento de recursos para o setor e das críticas feitas ao desempenho de cursos de humanas. A Associação Nacional de Dirigentes de Ensino Superior (Andifes) publicou uma nota em que ressaltava, entre os argumentos, a autonomia universitária.
Nesta terça, Weintraub se referiu às universidades como “torres de marfim” e que a autonomia das instituições deve se dar também na área financeira, com a criação de mecanismos que permitam a busca de recursos e patrocínios. “Hoje elas não podem… Não estou falando em cobrar, sou contra cobrar dos alunos de graduação”, disse. Mas, emendou, o ideal seria a criação de mecanismos para que empresas se tornem patronas de instituições, possam construir prédios, colocar nomes nas novas instalações. “Essas torres de marfim que a gente criou impedem que renda possa ser gerada para ser usada na pesquisa.”
O ministro procurou, ainda, reduzir a importância do bloqueio sofrido pela pasta, citando outros ministérios que tiveram contingenciamentos maiores, como Defesa. Ele disse ter recebido 50 reitores nos poucos dias no cargo e que, de acordo com relatos, a conta das universidades “a vida segue normal”. “Se tiver algum problema vou até o Ministério da Economia, para abrir uma exceção. A gente vai atrás”, afirmou. Mas, de acordo com o ministro, o impacto do bloqueio das contas seria sentido pelas universidades apenas no segundo semestre.
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