O governo Bolsonaro fez uma nova proposta para direcionar recursos do Orçamento aos deputados em troca de apoio à reforma da Previdência, segundo parlamentares informaram à Folha de S. Paulo.
Segundo membros do Centrão, a oferta agora é de R$ 10 milhões extras por semestre, para cada deputado fiel, totalizando um acréscimo de R$ 40 milhões até 2020 na verba que os congressistas podem manejar no Orçamento.
Segundo deputados e líderes ouvidos em condição de anonimato, nesta semana o ministro Onyx Lorenzoni (Casa Civil) iniciou uma ronda com líderes partidários para tentar selar acordo. A promessa de liberação de todo o dinheiro até 2020 visa atrair mais deputados, tendo em vista que esse é o ano das eleições municipais.
O governo precisa de 308 dos 513 votos para a aprovação na Câmara da reforma da Previdência, prioridade legislativa de Bolsonaro em 2019.
De acordo com documento obtido pela Folha, o repasse será feito direto do ministério de escolha dos parlamentares para o município, e o parlamentar apadrinhará a obra.
Congressistas confirmaram que a alocação dos recursos virá de remanejamento interno da pasta, com a atrelação política ao voto do parlamentar: ou seja, deputados que não votarem pela Previdência não poderão beneficiar as obras de seus municípios.
O valor oferecido a líderes partidários que aportarem votos de seus deputados é de R$ 80 milhões.
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As negociações ainda não foram feitas com todos os partidos, mas o governo afirma ter intenção de tratar do assunto com todos aqueles que não fazem parte da oposição e poderiam vir a integrar uma eventual base.
Segundo governistas, os primeiros R$ 10 milhões serão empenhados – jargão orçamentário que significa que o recurso foi reservado para aquele fim – pelo governo ainda neste semestre, antes da votação da reforma, como forma de “boa fé” entre governo e deputados.