Abraham Weintraub diz que setor é “prioridade” enquanto públicas sofrem contingenciamento de R$ 2 bi
O ministro da Educação, Abraham Weintraub, disse ontem (6) em reunião com representantes de universidades privadas que o setor é “prioridade” para a expansão de vagas no ensino superior. Segundo ele, o MEC pretende ser menos rígido nas regulações de cursos e instituições, mas não deu detalhes. A exigência por menos regulações é uma bandeira das universidades privadas.
A declaração do ministro vem enquanto o MEC continua bloqueando R$2 bilhões do orçamento das universidades públicas, parte do contingenciamento de R$ 5,8 bi lhões da pasta. O ministro, junto com o presidente Jair Bolsonaro, têm feito duras críticas a essas instituições. Bolsonaro chegou a dizer que os estudantes que participaram da Greve Nacional pela Educação em 15 de maio eram “idiotas úteis”.
Weintraub falou na abertura do 12º Congresso Brasileiro da Educação Superior Particular, em Belo Horizonte. O evento é organizado pelo Fórum das Entidades Representativas do Ensino Superior e reúne 500 participantes, entre proprietários de instituições, investidores e professores.
O ministro disse que “não há condições” de o Estado arcar com uma nova expansão do ensino superior que isso deve acontecer nas universidades privadas. “O estado brasileiro, através dos impostos que já são pesados, não tem condição de atender a demanda gigantesca nos próximos anos”, disse.
“A mensagem, além da perspectiva econômica, é a profissão de fé do que nós acreditamos nesse governo: claramente um viés liberal da economia, e conservador nos costumes. [Se há] duas pessoas honestas tendo uma relação econômica, seja ela qual for, de livre arbítrio, por que alguém tem que interferir? Qual razão de se ficar criando um monte de regras entre uma pessoa que quer estudar e uma grupo de pessoas que quer ensinar na iniciativa privada?”, disse Weintraub.
Hoje, as universidades particulares passam por um rigoroso sistema de avaliação, e podem ter financiamento do Financiamento Estudantil (Fies) bloqueado ou até mesmo ter cursos fechados se as notas forem muito baixas. O principal mecanismo de avaliação é o Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade), usado para formar o Índice Geral de Cursos (IGC), que também leva em conta fatores como infraestrutura.
De 2.066 faculdades, centros e universidades, apenas 35 tiveram nota máxima no IGC em 2018, um índice de 1,6%. A maioria das instituições ficaram com notas intermediárias.
Leia mais: Folha
V.L./L.L.