O texto da reforma deve ir a plenário como saiu da comissão especial, diz o ministro da Casa Civil
O ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, disse ao G1 nesta segunda-feira (8) que o plenário da Câmara dos Deputados deve apreciar o mesmo texto da reforma da Previdência aprovado em comissão especial na semana passada, sem alterações. “A tendência hoje é esta, o que tinha espaço para ser modificado, perdeu o timing”, disse o ministro, que depois admitiu que a mudança que pode concecer benefícios a policiais federais será conversada até o último minuto.
Onyx disse que os parlamentares que estão comprometidos com a reforma têm sinalizado que a votação na próxima quarta-feira (10) em primeiro turno “está garantida”. E, na semana que vem, o segundo turno. Segundo o ministro, o presidente Jair Bolsonaro determinou que os ministros que são deputados federais se licenciem dos cargos a partir desta terça-feira (9) para reforçar a votação na Câmara. Onyx é um deles, além de Osmar Terra (Desenvolvimento Social), Tereza Cristina (Agricultura) e Marcelo Álvaro Antônio (Turismo).
Nesta terça-feira (9), governadores têm uma série de conversas em Brasília para tentar um último acordo na Previdência. Onyx afirma que acha difícil uma mudança na véspera da discussão no plenário. Para o ministro é melhor que os estados façam suas reformas.
Por se tratar de uma proposta de emenda à Constituição (PEC), são necessários 308 votos a favor entre 512 deputados para aprovação. O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, tem calculado 340 votos nesta etapa mas disse, no sábado, que o número “pode surpreender”, destaca o Valor Econômico.
O Termômetro da Previdência, monitoramento diário da consultoria Atlas Político que o Valor publica desde março, mostra que a proposta conta com 133 deputados favoráveis e 119 parcialmente a favor. Com a soma dos dois (252), faltariam ainda 56 votos.
Emendas
Segundo o Valor, o que causa mais apreensão nos articuladores políticos da reforma da previdência é a segunda etapa de votação onde as pressões de cada categoria, como professores e policiais federais, são mais fortes. Os partidos farão os chamados destaques para aprovar emendas que modifiquem o texto – que têm menos chance de prosperarem porque são os favoráveis à emenda que precisarão de 308 votos a favor dela – ou para suprimir algum ponto já aprovado. Neste último caso, serão necessários 308 deputados a favor de manter o texto, “o que causa maior preocupação ao governo”.
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