“Voltamos ao nível de investimento de 15 anos atrás”, diz presidente da SBPC

Ildeu de Castro Moreira diz que este é o momento mais difícil para a ciência brasileira 

Reeleito para a presidência da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), o físico Ildeu de Castro Moreira não terá pela frente uma tarefa simples. Depois do último corte (ou contingenciamento, como o governo gosta de chamar) as universidades, principais responsáveis pela pesquisa científica no país, estão com muitas dificuldades para manter seus laboratórios funcionando.

Essa recomposição orçamentária é uma das prioridades dessa nova gestão à frente da entidade que completa 71 anos. Para isso, apoia a criação da Frente Parlamentar Mista para a Ciência, Tecnologia, Pesquisa e Inovação, composta por integrantes de todas as legendas. “Em termos de cortes, é o momento mais difícil para a ciência”, avalia o físico, que há 44 anos trabalha na área.

Mas há outros abacaxis difíceis de descascar. A degradação acelerada do Meio Ambiente, um tema caro para a SBPC, é outro problema difícil de solucionar. Às vésperas do Dia Nacional da Ciência e do Dia Nacional do Pesquisador – comemorados no dia 8 de julho, aniversário da SBPC -, Ildeu também se preocupa com o cerceamento às universidades, que têm sua autonomia ameaçada, e busca encontrar uma fórmula para que as pesquisas científicas possam colaborar mais para tirar o Brasil da crise. Tarefas nada simples, que ele detalha em uma entrevista para o Projeto Colabora

Moreira lembra que a SBPC vem desde 2014 criticando cortes de investimento na área de Ciência e Tecnologia. “Em 2017, a situação  piorou, no ano passado caiu um pouco mais e este ano caiu mais ainda. Então, esse contingenciamento de 42%, que na prática se transforma em corte, levou o investimento em Ciência e Tecnologia para a ordem de R$ 3 bilhões, que é menos de um terço que tínhamos há dez anos. Voltamos ao nível de investimento de 15 anos atrás. Isso é catastrófico”, afirma. Ao mesmo tempo, afirma, países como a Alemanha, França, Estados Unidos, Coréia, Japão e China estão aumentando significativamente os recursos para Ciência e Tecnologia. 

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