Corte de verbas coloca em risco hospitais ligados à UFRJ

Universidade opera no limited+ hospitais universitários podem parar de atender  em setembro

Sem conseguir repassar recursos para as unidades ligadas à UFRJ, a reitora da instituição, Denise Pires de Carvalho, diz temer um “colapso”. As unidades que correm mais riscos, segundo ela, são os hospitais universitários, que podem começar a sofrer paralisações a partir de setembro.

“Nesse caso, a questão da limpeza, da segurança e da alimentação são muito críticas. Os pacientes internados se alimentam, os hospitais precisam de instrumentos. Para mim, isso é o mais crítico no momento”, afirma.

Na última segunda-feira (5), o MEC liberou R$ 16 milhões para empenho pela UFRJ. No entanto, esses recursos serão priorizados para o pagamento de serviços já prestados de alimentação e limpeza, contratos que, segundo a reitora, estavam “mais ameaçados” por estarem com mais atraso.

Com um orçamento de custeio de R$ 360 milhões, a UFRJ tem hoje um déficit de R$ 170 milhões, além de R$ 114 milhões do orçamento congelados pelo MEC.

Desbloqueio de R$ 1 bilhão anunciado pelo governo não alterou contingenciamento

Mesmo após acordo no Congresso Nacional para o desbloqueio de R$ 1 bilhão para as universidades federais, o orçamento da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) permanece contingenciado, afirma Denise Carvalho.

O desbloqueio de R$ 1 bilhão dos recursos contingenciados para as federais foi uma das promessas do governo Bolsonaro para que Comissão Mista de Orçamento aprovasse, em junho, um crédito extra de R$ 248,9 bilhões ao governo federal.

“Quando aquele R$ 1 bilhão foi liberado pela Câmara, nós imaginamos que seria anunciado um descontingenciamento, mesmo que parcial, daqueles 30%. Mas nada aconteceu”, diz a reitora. “Nada mudou. Nós continuamos com o orçamento contingenciado mesmo após a liberação desse R$ 1 bilhão”, afirmou a reitora em entrevista ao portal UOL. “O que nós vemos é que aquilo que o ministro Abraham Weintraub anunciou como um contingenciamento está se estabelecendo como um corte.”

No fim de abril, o MEC (Ministério da Educação) anunciou um bloqueio linear de 30% nas verbas de custeio das universidades, usadas para pagar contas de luz e água, além dos serviços terceirizados de limpeza e segurança. O contingenciamento foi de R$ 2,2 bilhões.

A reitora Denise Carvalho,  que assumiu a reitoria da UFRJ em julho, diz ter adotado um plano emergencial para contornar a limitação orçamentária. “A gente parou de pagar, por exemplo, diárias e passagens para participação em banca, participação em eventos como congressos. Estamos fazendo nosso dever de casa, que é cortar mesmo atividades que são importantes para a academia.”

 

Reitora contesta Weintraub sobre custo da universidade

O orçamento total da UFRJ, que gira em torno de R$ 3 bilhões, tem sido alvo de críticas de Weintraub. O valor, na avaliação do ministro, é muito alto.

Em entrevista ao UOL, ele defendeu que o diploma de um aluno de universidade federal custa R$ 450 mil ao contribuinte, enquanto o de um aluno da FGV (Fundação Getulio Vargas) sai por menos de R$ 150 mil.

“É natural que tenhamos o maior orçamento se ela é a maior federal”, diz a reitora. “Mesmo que a gente seja mais caro com relação, por exemplo, ao valor que ele acha que é gasto por aluno, nós temos esse valor maior porque não somos uma instituição só de ensino, a gente faz ensino, pesquisa e extensão”, afirma Carvalho.

Leia na íntegra: UOL Educação


C.G./L.L.