Segundo a UNE, cerca de 900 mil pessoas participaram das manifestações em 204 cidades
Os protestos deste dia 13 de agosto contra a política educacional do governo de Jair Bolsonaro reuniu milhares de pessoas pelo país. Segundo a União Nacional dos Estudantes (UNE), os protestos reúniram cerca de 900 mil pessoas em 204 cidades, entre elas São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Belo Horizonte, Curitiba, Porto Alegre, Florianópolis e Recife. Na manifestação do dia 15 de maio, a UNE havia identificado atos em cerca de 220 cidades.
As manifestações foram marcadas por críticas ao programa Future-se, que estimula captação de verba privada por universidades federais. Em ato em São Paulo, uma faixa dizia: “Exterminador do futuro ou enganador do Future-se”.
Esta é a terceira onda de atos contra a política de educação de Bolsonaro a tomar várias cidades.
Em São Paulo, o protesto ganhou corpo com a chegada de estudantes secundaristas no início da noite. A CUT (Central Única dos Trabalhadores) e sindicatos filiados e ela estiveram na manifestação em apoio a estudantes e professores. Também se posicionaram contra a reforma da Previdência. Segundo Sérgio Nobre, secretário geral da CUT, as mudanças nas aposentadorias são danosas aos trabalhadores. “O país está sendo desmontado. A manifestação de hoje é também contra a Previdência, que impede que trabalhadores se aposentem”, disse ele.
Verde e amarelo
A linha de frente do ato na capital paulista contra os cortes do governo federal na educação estava repleta de jovens caras-pintadas, em imagem que lembrava as manifestações pelo impeachment do então presidente Fernando Collor em 1992. O presidente da UNE, Iago Montalvão, levou para o ato uma bandeira do Brasil. Ele disse que a volta dos caras-pintadas tem a ver com uma busca por retomar o uso dos símbolos nacionais. “Hoje, há uma tentativa de colocar esses símbolos a serviço de determinado grupo reacionário. Nós não concordamos com isso. A UNE sempre defendeu a soberania brasileira. A educação precisa servir ao povo brasileiro, e não a interesses estrangeiros”, afirmou.
O presidente da UNE reconheceu que a manifestação de hoje reuniu menos gente do que os protestos anteriores. “A primeira manifestação foi a mais impactante porque foi quando os cortes aconteceram. Hoje, a gente tem visto uma sustentação massiva da mobilização de rua, e isso é muito difícil de acontecer. Nem 2013 conseguiu sustentar por tanto tempo uma mobilização tão grande. Isso demonstra a disposição do povo em se organizar de forma orgânica. Nós não vamos parar enquanto não formos atendidos”, afirmou Montalvão, anunciando que a UNE deve convocar novo protesto contra os cortes para o dia 7.
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