CNPq corre risco real de fechamento, dizem entidades de servidores

A partir do mês que vem mais de 80 mil bolsistas podem ficar sem receber devido à falta de verbas

 

O risco de fechamento do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) é real, afirmaram em nota o Sindicato Nacional dos Servidores Públicos Federais da Carreira de Gestão, Planejamento e Infraestrutura em Ciência e Tecnologia (SindGCT) e a Associação dos Servidores do CNPq (ASCO), na última sexta-feira (16).

O CNPQ enfrenta um déficit de R$ 330 milhões no seu orçamento, que inviabiliza o pagamento de mais de 80 mil  bolsas vigentes a partir do mês que vem. A insuficiência de recursos já levou à suspensão de 4.500 novas bolsas, comunicada na semana passada.

Na nota conjunta,  as duas entidades afirmam que desde 2016 o CNPq “vem sofrendo ataques constantes a pretexto da “modernização” do Estado. Se, por um lado, o orçamento e o dispêndio público efetivos em CET vêm sendo reduzido há anos, por outro o CNPq vem tendo suas competências e estrutura pouco a pouco reduzidas”.

Bastidores

Na última sexta-feira também surgiram rumores de que o governo federal pretenderia fundir o CNPq com a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), do Ministério da Educação. Essa informação surgiu a partir de um áudio de Frederico Augusto Garcia Fernandes, professor da Universidade Estadual de Londrina (UEL), presidente da Associação Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação em Letras e Linguística e conselheiro do CNPq.

Na gravação que circula pelas redes, Frederico revela que “nos bastidores”, comenta-se que existe o risco de extinção da agência, a qual desapareceria em meio a uma fusão com a Capes, controlada pelo grupo ligado a Olavo de Carvalho. Por fim, o professor Fernandes conclama a comunidade científica a resistir ao desmonte do CNPq.

Confira a “Nota Pública Conjunta sobre a Situação do CNPq”.

Leia: Adusp e Direto da Ciência


D.K./L.L.