Conselho da Universidade Federal do Vale do São Francisco divulgou carta de recusa ao programad+ consuta pública termina em 29 de agosto
Sediada em Petrolina, no Sertão pernambucano, a Universidade Federal do Vale do São Francisco foi a primeira do estado a se posicionar contra o Future-se, decisão que partiu do Conselho Universitário. Segundo o vice-reitor da universidade, Telio Nobre, o Future-se compromete a autonomia financeira e educacional das instituições ao permitir que a governança dessas atividades seja controlada por entidades privadas.
Para o vice-reitor, o funcionamento do programa também não foi bem definido através da apresentação feita pelo MEC. “Se aceitasse, a Univasf entraria com seu patrimônio, seu corpo de pesquisadores, estrutura de servidores e tudo o que a integra para captar recursos externos que nem sabemos como seriam geridos porque dependeriam de ente externo que teria seus próprios interesses”, diz.
Para o professor da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e mestre em Educação Paulo Rubem Santiago, o Future-se fez propostas que já são realizadas pelas instituições federais, e não traçou um diagnóstico atual sobre como elas funcionam, nem sobre a eficácia das Organizações Sociais.
Santiago defende ainda que a adesão ao programa pode diminuir as chances da população de classes sociais mais baixas acessarem o ensino superior. “A universidade que nós temos é a única forma de todo brasileiro que não foi para a universidade conseguir ver seu filho, seu neto e bisneto chegando no ensino superior. Se a realidade for a do Future-se, com domínio das Organizações Sociais e desse formato de contrato de gestão terceirizada e financiamento privado, as chances serão mais restritas porque a universidade pública não vai mais existir”, afirma.
O programa Future-se está com consulta pública até o dia 29 de agosto. Depois de analisadas todas as sugestões, o projeto será encaminhado para votação no Congresso Nacional.
Leia mais em: JConline