Programa do governo federal prevê “militarização” de 216 unidades até 2023
O presidente Jair Bolsonaro defendeu nesta quinta-feira (5) a imposição das escolas cívico-militares para as pessoas não dependerem de programas sociais “até morrer”.
“Não tem que aceitar não, tem que impor. [Se o aluno] na prova do PISA [avaliação internacional] ele não sabe uma regra de 3, não responde pergunta básica, não tem que perguntar para o pai irresponsável nessa questão se ele quer ou não uma escola com uma militarização. Tem que impor, tem que mudar. Não queremos que essa garotada cresça para ser pelo resto da vida dependente de um programa social do governo”, disse Bolsonaro na cerimônia de apresentação do modelo.
Serão agora 216 unidades, segundo anúncio no Palácio do Planalto. É o dobro do que havia sido previsto pelo MEC em julho. O país tem cerca de 140 mil escolas. Serão gastos R$ 54 milhões só no próximo ano. Cada escola receberá R$ 1 milhão para adequações de infraestrutura.
O lançamento do Programa Nacional de Escolas-Cívico Militares é o primeiro evento da área de educação com participação do presidente Bolsonaro no ano –além da posse do ministro da Educação, Abraham Weintraub, em abril.
Weintraub também estava presente no evento e disse esperar do governo que o modelo alcance 10% das unidades escolares do país.
Por outro lado, educadores se opõem à militarização da educação e à priorização de investimentos no modelo. Reportagem da Folha mostrou que as escolas militares e institutos federais com o mesmo perfil de alunos têm desempenho similar.
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