Os estudantes que ocupam a reitoria da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS) desde 30 de agosto e o novo reitor Marcelo Recktenvald não chegaram a um acordo, conforme proposto pela Justiça Federal. Em Audiência Pública realizada hoje (12), representantes dos alunos apresentaram a decisão deliberada em assembleia ontem (11), a qual manteve proibida a entrada do interventor e seu vice nas dependências da reitoria ocupada.
Terceiro colocado na lista tríplice, Recktenvald foi nomeado reitor da UFFS pelo Presidente Bolsonaro. Contra essa decisão, os estudantes ocupam a reitoria da universidade em forma de protesto e pedem para que o resultado da consulta à comunidade universitária seja respeitado.
Segundo o ‘Movimento Ocupa UFFS’, na audiência de conciliação, o reitor recuou na resolução do conflito, ficando o possível desfecho a depender da posse de uma comissão de intermediação do Conselho Universitário (CONSUNI), conforme acordado na terça-feira (10). O Ministério Público também divulgou uma nota em que apresenta as propostas dos estudantes que serão levadas pelo MPF para apreciação de Recktenvald.
De acordo com os estudantes, na primeira audiência, no dia 10, a parte que representava a reitoria chegou a insinuar que seria melhor a comunidade universitária subordinar-se à nomeação de Recktenvald, do que ser nomeado pelo governo federal “um interventor de verdade”. Recktenvald teria ainda usado o termo “invasor” para deslegitimar o movimento dos estudantes.
No último dia 05 de setembro, a equipe de transição do reitor nomeado pediu a reintegração de posse à Procuradoria Federal. Até agora não houve decisão em relação a este pedido. Em nota, os estudantes ainda destacam a importância de um acordo a fim de evitar que o processo retorne à restituição de posse.
“Certamente seria violenta e traumática conforme explicitado repetidamente e desaconselhado pelo Ministério Público e a pela Juíza do caso”, diz a nota.
Os manifestantes seguem ocupando a reitoria por tempo indeterminado aguardando a abertura da CONSUNI para realização de um novo diálogo.
Diana Kock