Os problemas da universidade continuam:
a necessidade de seguirmos lutando também
A participação de 1.191 docentes filiados (42%) na votação eletrônica sobre a greve foi recorde, a maior Assembleia de toda a história da Apufsc-Sindical em participação, demonstrando o interesse da categoria pelo tema e por seu Sindicato.
A opção de dois terços dos votantes por dizer não à greve por tempo indeterminado não deve ser interpretada como descaso ou falta de reconhecimento sobre a
gravidade dos problemas que a Universidade está enfrentando, diante dos cortes orçamentários, do projeto Future-se e da campanha obscurantista para desacreditá-la.
A escolha por um modelo restritivo de cédula – com opções apenas de greve por tempo indeterminado ou não greve – pela maioria presente na primeira parte,
presencial, da Assembleia, na segunda-feira, acabou por restringir a possibilidade de escolha. Basta lembrar que tivemos 524 votos em favor da greve de um dia em agosto, número que não se repetiu desta vez.
A Diretoria está convicta de que uma boa parcela da categoria deseja se somar às mobilizações nacionais previstas para os dias 02 e 03 outubro, que estão sendo chamadas por entidades nacionais dos docentes, estudantes e técnico-administrativos.
O que o resultado da votação mostra é que a maioria dos professores avalia como nós que, a despeito da justeza ou não do instrumento de luta, não há neste momento possibilidade de uma greve nacional forte por tempo indeterminado. Muitos confundem desejo com realidade, apostas com possibilidades, repetindo jargões que servem mais para coibir análise e argumentos racionais.
Aqui na UFSC, contudo, também questões outras se somaram na propositura do caminho adotado nesta Assembleia. Algumas absolutamente legítimas, como a de reconhecer e apoiar a grande e bela mobilização dos estudantes, que optaram já pela greve. Outros interesses, todavia, que se manifestaram na Assembleia presencial, nos parecem ilegítimos e condenáveis, como o esforço em desgastar a Apufsc como sindicato de lutas.
Duas correntes de opinião parece que se associaram a tal escopo: de um lado, o grupo dos extremistas de direita, satisfeitos com as medidas do governo mesmo que contra a Universidade e, de outro, um outro grupo sectário, cada vez menor, que insiste em manter um sindicato paralelo (julgado pelo TST como ilegal), fazendo assembleias irregulares, falando indevidamente em nome dos professores, semeando confusão e dividindo a categoria. Os dois extremos se encontram, fazendo o jogo que interessa aos inimigos da universidade pública.
Mas havemos de superar estes obstáculos, pois precisamos seguir na luta.
A Diretoria já convocou uma reunião do Conselho de Representantes para analisar os resultados e propor novos encaminhamentos pois, como dissemos, os graves problemas da universidade continuam.
Defenderemos junto ao CR que se proponha à categoria uma paralisação de 48 horas no dia 02 e 03 outubro, acompanhando o movimento nacional em defesa da educação, junto com o DCE, a APG e o Sintufsc. E temos a certeza de que a maioria da categoria decidirá, com bom senso, continuar em defesa da universidade pública usando instrumentos apropriados.
Florianópolis, 19 de setembro de 2019
DIRETORIA DA APUFSC-SINDICAL