É de uma freqüência bastante alta, e de fácil constatação, no Campus da UFSC a gente ser abordado por pessoas que não fazem parte do meio acadêmico quando se chega nos locais de estacionamento. Eles dizem: “Doutor, tá bem cuidado, pode ir que eu vou dar uma olhadinha no seu carro”.
Este é um dos exemplos característicos da insegurança com a qual temos que conviver no dia-a-dia das nossas atividades de ensino na UFSC.
É difícil para nós, professores, dizer um não a pessoas maltrapilhas, pés-descalços e simplesmente ignorar o que está acontecendo. Outra possibilidade, entregar 25 centavos ou maisd+ mas com certeza isto não resolve a situação. Isto não é solução para o problema. Ao dizer um não, a gente sai com um peso na consciência: “Será que não agi erradamente?” – “E o carro não vai ser danificado, arrombado?” – “Devo ou não devo dar uma esmola?”
Além deste problema, temos aqueles “sonares” infindáveis de buzinas de alarmes. É chato, muito chato mesmo, a gente ter que competir com buzinas para explanar os conteúdos pedagógicos aos estudantes. De várias salas de aula é possível observarmos pessoas estranhas ao meio acadêmico circulando entre carros, nos estacionamentos. Presumo que os carros nos estacionamentos da UFSC são de professores, funcionários ou de estudantes da Universidaded+ portanto com vínculo com a mesma.
Objetivamente o que se percebe, é que espaços da Universidade Federal de Santa Catarina estão sendo “Administrados e Comandados” aleatoriamente por pessoas que não possuem qualquer vínculo com ela. O professor que necessite se deslocar entre Centros de Ensino está correndo o “risco” real de após uma aula retornar ao local onde deixou seu carro e não encontrá-lo ou ao ver seu carro avariado, principalmente quando ele, por algum motivo qualquer, não puder ou se negar a dar uma esmola. O carro estando no local, é inevitável, vem a cobrança.
Os comandos e as ordens dadas nos locais de estacionamentos seguem critérios os mais variados possíveis, cada “guardador” tem seus próprios critérios. Acho estranho que “guardadores” tenham livre acesso e determinem regras de estacionamento dentro de uma autarquia federal. Eu me preocupo em preservar o patrimônio da nossa Universidade, mas acho também que as pessoas e seus patrimônios individuais usados para “ir e vir” aos locais de trabalho, não podem ser simplesmente desconhecidos por parte da instituição. É urgente que se estruture uma forma ou um procedimento que nos assegure mais segurança no Campus. Isto faz parte integrante daquela expressão “Universidade de qualidade”.
Não podemos desconhecer o problema, os guardadores de carro precisam é de emprego que lhes dê segurança e dignidaded+ e não de esmolas nos estacionamentos. Não os conhecemos e não sabemos se eles estão preparados para coordenarem e dirigirem estacionamentos, e o pior é que marginais se aproveitam desta confusa situação para adentrarem nestes locais da UFSC. Já nem falo dos espaços em torno das agências bancárias.