Apufsc – Unimed: esclarecimento sobre as negociações

Há que recuperar o fio da história. Relatos de colegas que acompanharam a “questão Unimed” nas diretorias anteriores testemunham que sempre existia “medo” diante da Unimed cada vez que vinha a renegociação do contrato. 

Estas dificuldades de relacionamento culminaram com a ruptura temporária do contrato com a Unimed em outubro de 2005. Obviamente, esta ruptura caracteriza uma imensa irresponsabilidade histórica por parte de quem conduziu pela Apufsc o processo, pois, além do fato de que muitos colegas permanecem associados ao sindicato devido ao plano de saúde, colocaram-se em risco milhares de vidas. Evidentemente que, como em toda relação, não se pode culpabilizar exclusivamente nenhuma das partes. Porém, aqui temos uma parceria com uma empresa capitalista, que busca reproduzir-se e aufere lucros para isto. Aqui não adianta arrogância, blefar ou retórica apenas.

Não cabe criticar a ninguém em particular, mas, regimentalmente, o presidente da Apufsc é a única pessoa da Diretoria que representa externamente o sindicato. Portanto, a condução da negociação é de responsabilidade do presidente. Os executivos da Unimed testemunham que nas reuniões de negociação o professor Carlos Soares algumas vezes vinha sozinho. Sabemos, entretanto, que ele era amparado por um grupo de professores que compunha um GT de saúde e previdência que também tratava da questão, e que, após este conflito com a Unimed, surgiu uma comissão de professores que cuidava especificamente do assunto Unimed. Estes colegas, generosa e voluntariamente dedicavam-se a pensar quais os melhores procedimentos, ajudando na tomada de decisões.

Após a ruptura do contrato, o sempre problemático relacionamento da Apufsc com a Unimed ficou completamente deteriorado, impossibilitando um diálogo lúcido e boas negociações.

Passamos, desde então, a adotar o reajuste semestral das mensalidades (o que é um grave prejuízo financeiro a todos os associados, pois deveria ser óbvio que o reajuste anual é a melhor opção), além de “comprar” a vista a “sinistralidade” (o déficit) do contrato acumulado ao longo do ano. Ora, apesar de ser primário perceber que a nossa melhor escolha é diluir o pagamento deste déficit ao longo dos próximos 12 meses, isto foi rejeitado em assembléias. 

Em 2005, a Unimed queria um aumento de 17,7% (correção da inflação, mais incorporação do déficit). Optamos por comprar R$ 860 mil do déficit, e o reajuste ficou em 5,37%. Em 2006 o reajuste da mensalidade era para ser 16,61%, porém ficou em 8,62%, pois pagamos R$ 250 mil[1]. Estes pagamentos foram decisões nossas, e não imposições unilaterais da Unimed (como o professor Soares afirmou na reunião da Diretoria de 05.09), o que se pode constatar lendo os boletins da época.

Por outro lado, a rejeição desta incorporação do déficit sobre a mensalidade apenas ampliava a diferença entre os custos do nosso plano de saúde e as nossas contrapartidas, agigantando o déficit cada vez mais, deixando-nos pagando mensalidades com valores defasados à preços praticamente de 2004. Isto contribuiu decisivamente para que a Unimed propusesse inicialmente um reajuste de 21,04% para 2007.

Os custos/Unimed aumentaram, nossas mensalidades não o cobrem, e há que pagar a conta. Aqui mágica não adianta. Este imenso aumento dos custos do nosso contrato com a Unimed deve-se a vários fatores:

1. Em 2005 a Unimed modificou a tabela pela qual remunera os médicos, reajustando os preços, uma vez que muitos médicos já não atendiam os clientes via Unimed por avaliarem que não valia a pena financeiramented+

2. Há um progressivo envelhecimento do conjunto dos professores, e isto obviamente implica em maior uso e maiores custos para nosso planod+

3. A compra da “sinistralidade”, ou seja, do brutal déficit ocorrido em 2005 e 2006, deixou-nos pagando mensalidades abaixo dos custos médiosd+

4. Os custos judiciais decorrentes dos processos que associados/Apufsc fizeram contra a Unimed, através do nosso advogado e sob a orientação do sindicato, também compõem uma pequena fração dos custos totais (para além do salário mensal – R$ 1.500,00 pago diretamente pela Apufsc).

Por outro lado, não se pode desconsiderar que a posição monopólica da Unimed no mercado de planos de saúde complementares de Florianópolis permite-a impor preços mais elevados. As taxas de administração destes planos de saúde são bem superiores as das nossas fundações universitárias, especialmente porque eles alegam que precisam ter uma boa reserva financeira para se prevenir diante de emergências, que costumam ser muito onerosas (UTIS, cirurgias cardíacas…), cobrindo a “sinistralidade” ao longo do ano. Não conheço tão bem este mercado, mas a informação de que disponho é que elas cobram no mínimo 20%, onde também estão embutidos lucros e impostos.

A presidência da Agemed revelou, no debate de 06.09, que ela opera com uma taxa de 30%. Foi obviamente questionada, pois a da Unimed é 20%. “Louca” para entrar no mercado de Floripa através da Apufsc, e talvez disposta a correr riscos e até algum prejuízo inicial, a Agemed afirmou que trabalharia conosco com uma taxa de 10%, mais os impostos, o que se aproxima dos 30% originais.

De qualquer modo, na presente negociação a Unimed acordou conosco assumir mais de 200 mil reais de “prejuízo”, ao aceitar reduzir o aumento da mensalidade de 21,04% para 19%. É inédito que a Unimed tenha abrido mão, em negociações, de tamanho montante. Contribuiu para isto estarmos negociando um segundo contrato de plano de saúde com a Agemed.

Estamos agarrados a um antigo e defasado plano de saúde (Uniplan), anterior à lei de 1998 que regula o mercado de planos de saúde complementares, que não cobre muitos procedimentos cirúrgicos e terapias extremamente caros (mas que nos são oferecidos por outros planos, já regulados, e que temos insistido em rejeitar). Quando surge a urgência de usar destes serviços, muitos colegas (ou seus familiares) negociam com a Apufsc para que esta pague o custo da tabela da Unimed (o que é possível apenas se a Apufsc solicitar à Unimed este preço, menor que o de mercado), com a promessa de que posteriormente a Apufsc seria ressarcida pelo sócio. Aqui surgiu uma gigantesca dívida de associados para com a Apufsc, grande parte já prescrita.

A partir de 2006, a Diretoria anterior contratou um advogado para amparar processos judiciais quando surgisse este tipo de situação, obrigando a Unimed a arcar com o custo dos serviços reivindicados. Obviamente, os juizes sempre nos deram ganho de causa, pois nada justifica que um paciente morra na mesa de cirurgia por um litígio financeiro sobre o preço da operação. 

O incrível era que a Apufsc ingenuamente entendia que estávamos transferindo estes ônus para a Unimed, quando apenas estamos dividindo com todos (pelo princípio da solidariedade que subjaz aos planos de saúde) estes custos, pois eles são somados ao custo total, elevando a “sinistralidade”, e, portanto, o reajuste da mensalidade quando da renegociação. Além disto, estamos agregando as despesas judiciais, bem como o salário mensal do advogado. 

A quase totalidade dos associados da Apufsc ignora a existência de outros planos regulados que a Unimed quer nos oferecer. Estes planos, além de disponibilizarem mais possibilidades médicas, também moderam o uso com a cláusula opcional da co-participação (o usuário paga uma pequena fração cada vez que utiliza algum serviço). É somente diante duma situação desesperadora que o colega descobre que seu plano não lhe dá uma série de benefícios. 

Os novos planos regulados terão um maior equilíbrio financeiro (até porque o cálculo atuarial já incorpora os novos serviços médico-terapêuticos), permitindo inclusive que aqueles que pouco utilizam o plano de saúde paguem uma mensalidade menor, caso o professor opte pela cláusula da co-participação.

Pouco antes de tomar posse na Diretoria, participei da assembléia de 19.10.06 que deliberou sobre a renovação do contrato com a Unimed (no dia 05.10 já tinha ocorrido uma outra assembléia sobre a mesma questão). Éramos menos de 20 colegas, e ficamos a tarde inteira (passamos da 18h30), e chegamos a poucos consensos. Na continuidade, para se resolver os impasses, se convocou então uma “reunião ampliada da Diretoria” para o dia 21.11.06, a qual, realizada numa sala do CCS, compareceram cinco pessoas (incluindo o advogado). A gestão atual já tinha tomado posse em 31.10.06.

Numa das reuniões da atual Diretoria em dezembro, o professor Clovis Lima participou apresentando um projeto de extensão pelo qual ele se prontificava a acompanhar técnica e voluntariamente a gestão do nosso plano de saúde, o que foi aprovado, não sem dificuldades e resistências, pela Diretoria. Sua principal proposta era de construir um núcleo de inteligência profissionalizado para acompanhar esta questão, do que resultou o surgimento do Observatório da Saúde (www.observatoriodasaude.ufsc.br). 

A partir de fevereiro, passamos a ter uma série de reuniões com a Unimed, buscando se antecipar aos problemas que surgem quando da renegociação do contrato. Nossa primeira providência foi solicitar uma reunião com a presidência da Unimed, pois nossos contatos eram com os executivos da Unimed, bem como na Unimed também recém tinha assumido uma nova Diretoria. A idéia era que, com diretorias renovadas, pudéssemos construir um outro relacionamento. A comissão de professores que acompanhava a Unimed, bem como os colegas do GT saúde, eram sempre convidados para acompanhar estes encontros. Entretanto, a antiga comissão praticamente não acompanhou estas inúmeras reuniões. Fui a todas, e nunca delas participei sozinho, mas sempre acompanhado pelo professor Clóvis, e na maioria das vezes pelo nosso advogado. Excepcionalmente, alguns colegas da comissão também estiveram presentes, bem como nosso funcionário Henrique.

Logo ficou evidente a série de equívocos primários cometidos e “democraticamente decididos”, já relatados acima, em grande parte provenientes da falta de profissionalismo no tratamento do assunto. De imediato não implantamos o reajuste semestral previsto para abril. Também buscamos fazer uma ampla consulta aos associados, o que foi realizado através daquela inédita enquete de opinião eletrônica. Demos apoio substancial à constituição do Observatório da Saúde, contatando uma “bolsista” a um custo insignificante comparativamente ao valor dos serviços prestados (são 700 reais mensais. A participação de três professores no último Conad em São Luis foi cerca de R$ 15 mil, 20 vezes mais. Notem que bastava ter enviado apenas o delegado eleito, porém deliberamos por enviar também mais dois observadores), bem como alguns equipamentos imprescindíveis.

Progressivamente entendi que o tema do plano de saúde tem uma imensa complexidade técnica, e profissionalmente é que deve ser tratado. É em essência uma questão gerencial e executiva a ser tratado administrativamente e com a maior responsabilidade, e não emocionalmente com discursos inflamados. Ficava-me evidente que este tema não deveria ser levado corriqueiramente para deliberação em assembléia: isto apenas fomenta o assembleísmo esvaziado, banalizando a participação e a prática democrática, pois assuntos mais polêmicos e substantivos (como o tema das Fundações) e que justificam a realização de uma assembléia não eram trazidos para as mesmas. As assembléias devem ser preservadas para questões eminentemente políticas, conflituosas, evitando o desgaste do seu uso abusivo. Pelo visto, face ao impasse, agora teremos uma assembléia sobre plano de saúde que se enquadra nisto. Poderia ter sido evitada.

Entretanto, este importante esforço veio em paralelo com a crescente crise interna da Apufsc, a qual progressivamente paralisa sua diretoria. Em verdade, a atual Diretoria é um ajuntamento de professores onde alguns pouco (ou nem) se conheciam. Em raras ocasiões temos algum consenso. Qualquer decisão sempre é muito desgastante. Desde o início era evidente o ciúme e desconfiança que o professor Clóvis gerava para alguns dos membros da Diretoria e outros colegas. Infelizmente, sabia que dificilmente obteria consenso interno a respeito do que estava sendo encaminhado com a Unimed, até porque o professor Carlos Soares, colega que até então era quem mais entendia do assunto “Unimed”, tem buscado me desestabilizar.

Reitero, todavia, que todas nossas reuniões com a Unimed eram de conhecimento dos colegas que até então acompanhavam o assunto, porém eles, por diversos motivos, declinavam de participar. Aqui está presente uma armadilha potencial: quem não foi, irá depois criticar e desqualificar a decisão. Registro apenas, como relatei na reunião da Diretoria, que diversas vezes encontrei-me entre fevereiro e maio com o professor Carlos Soares na Apufsc quando íamos nos reunir com a Unimed, e ele então nos informava que não iria junto pois considerava que a sua presença apenas atrapalharia as conversações, uma vez que as animosidades pessoais decorrentes da ruptura de 2005 entre ele (e a antiga comissão) com os executivos da Unimed (que ainda são os mesmos) ainda eram fortes.

Na reunião da Diretoria de 4 de abril, o professor Carlos Soares, mesmo não fazendo parte da atual Diretoria, propôs a minha renúncia ao cargo de presidente. Naquela semana tinha publicado no Boletim nº 587 o artigo “Jornada pela dignidade deve ser nacionalizada”[2] no qual avaliava a luta pela URP e tecia críticas ao Andes. No final daquela reunião, os colegas que lá estavam me cercaram e disseram que eu não poderia continuar escrevendo artigos, especialmente quando críticos ao Andes, pois isto era incompatível com ser presidente.

A situação interna explodiu com o famigerado artigo golpista publicado no Boletim 598 (18.06.07) pelo professor Carlos Soares e outros três colegas, onde se menciona que “Unimed não é um tema que nos divide”. 

No Boletim seguinte (599, de 25.06.07), o professor Clóvis Lima, no artigo “Planos de saúde dos professores da UFSC”[3], no qual relata todo o processo de negociação já em curso com a Unimed, mostra que construímos um relacionamento com a Unimed bastante diferente, recuperando uma relação que estava completamente esgarçada.

Na seqüência, Boletim 600 (02.07.07), o professor Carlos Soares responde no artigo “Um museu de grandes novidades”[4], defendendo, entre outras coisas, o reajuste semestral que tinha ocorrido até então (o qual nossa gestão suspendeu, pois era lesivo aos interesses dos associados)d+ e a contratação da assessoria jurídica para processar a Unimed para obter tratamentos que o plano de saúde não permite.

Também no Boletim 600 publicam-se informações da pesquisa de opinião sobre planos de saúde (“Pesquisa sobre saúde continua”), pois o convite para dela participar estava então circulando amplamente nas listas digitais. Nesta matéria está posto publicamente que esta pesquisa era para auxiliar a tomada de decisão a respeito da renovação do contrato. No Boletim 601, publico o artigo “Pesquisa de opinião sobre planos de saúde”[5], onde reitero a matéria anterior, bem como esclareço a respeito das questões da enquete.

No Boletim 606 (20.08.07), finalmente (pois a Diretoria vinha tentando impedir), divulgam-se os resultados da enquete eletrônica sobre os planos de saúde.

Em 27.08.07 (Boletim 607), através do artigo “Negociação com a Unimed”[6], relato minuciosamente toda a negociação realizada, expondo também crítica as decisões tomadas anteriormente, mostrando como elas nos foram prejudiciais. É importante destacar que, a partir do momento em que, graças ao professor Ronaldo Salum, começamos a negociar com outra operadora de planos de saúde (Agemed), e enviamos uma nota para a imprensa, publicada na coluna de Moacir Pereira a respeito disto e das dificuldades de negociação com a Unimed, o comportamento intransigente da mesma mudou substantivamente.

Irritado por não mais controlar o relacionamento com a Unimed, o professor Carlos Soares publica o agressivo “Unimed: vamos para o Uniflex?” (Boletim 608, 03.09.07), onde, sem responder às minhas críticas aos procedimentos que tinham sido até então adotados, induz que fomos desonestos, pois nossos esforços teriam beneficiado a Unimed. Um artigo leviano e calunioso !!! Chega a afirmar que usei palavras de baixo calão para agredir as assembléias, as quais não costumam estar presentes no meu linguajar. A posição do professor Soares aqui é emblemática pois ele é, possivelmente, o único colega de toda a UFSC, além do professor Clóvis, a compreender o valor de tudo que fizemos. Ele também está a descobrir os erros cometidos nas gestões anteriores relativas a Unimed e que estamos agora apontando. Porém ele não é capaz de reconhecer, de autocrítica, muito menos de aplaudir. Pelo contrário. Usa de subterfúgios evasivos, é agressivo e procura desqualificar as novidades, porém sem contestá-las efetivamente.

Neste mesmo Boletim, a Diretoria publica uma chamada na primeira página convidando a todos para uma reunião ampliada na última quarta-feira sobre a renovação com Unimed, explicitando discordância sobre as negociações que tinham até então sido feitas.

Nesta reunião, realizada em 05.09, fiz todo este minucioso relato acima, detalhando alguns aspectos técnicos do novo contrato a ser assinado. Conforme relatei na reunião, a assessoria jurídica da Apufsc contratada exclusivamente para acompanhar nosso relacionamento com a Unimed, participou integralmente das negociações, e está avalizando o que foi acordado.

A principal novidade da renegociação é a disponibilização de planos regulados, ao lado da manutenção do plano antigo. No contrato estes planos estão indissoluvelmente associados, de modo que a Unimed não pode cancelar um sem cancelar o outro. Também está mantido o princípio da mutualidade do todo, ou seja, todos os que estivermos em algum plano de saúde da Unimed estaremos dividindo e compartilhando de todas as despesas. Anualmente haverá uma única negociação, e um único reajuste igual para todos. Não há fracionamento. Para todas as novas opções poderemos trazer todos nossos atuais dependentes. Com certeza a migração de alguns colegas (inicialmente serão poucos) para os planos novos irá aliviar a sinistralidade do plano antigo, contribuindo para melhorar progressivamente o equilíbrio financeiro (hoje bastante deficitário), reduzindo o ônus quando do reajuste anual. 

Estes planos regulados são impostos progressivamente pela lei que regula o setor desde 1998. Inevitavelmente iremos, em algum momento em breve, ter de incorporar progressivamente (ou não) estes planos, especialmente quando chegar o plano de saúde que o governo aportará recursos orçamentários (como é sua obrigação legal), o que, aliás, a Reitoria já está anunciando. Na hipótese de contratarmos uma outra operadora de saúde complementar, como a Agemed, estes novos planos também farão parte do cardápio. 

Os planos regulados, de maior abrangência, com cláusula opcional de co-participação, em geral são mais caros que o atual, mas podem, dependendo da opção individual, ficar bem mais baratos[7]. Infelizmente, e em prejuízo imediato para o conjunto dos sócios, a Diretoria bloqueou a divulgação do encarte que a Unimed elaborou para esclarecer os colegas sobre as novas opções. Isto ocorreria já no Boletim de 03.09 (nº 608). Ele segue em anexo a este esclarecimento. 

Diante do aumento de 19% na mensalidade, é vital apresentar opções aos colegas!!! Cada um pode analisar qual a sua melhor opção: se permanecer no plano antigo, ou se migrar para um dos novos. Para muitos é provável que o melhor é permanecer. Para outros o melhor será migrar. O pessoal da secretaria da Apufsc já está instruído para ajudar a cada colega a decidir. Portanto, o que já está a ocorrer é que o aumento de 19% já está em vigor, e os colegas não estão tendo a possibilidade de optar por algo que pode ser mais barato e adequado a sua situação.

Em nenhum momento da reunião se demonstrou que quaisquer dos aspectos técnicos acordados estão incorretos ou nos são prejudiciais. As principais críticas são quanto ao processo como foi conduzido a negociação, ao estilo adotado (não submeter a questão a assembléia) e a ausência do impossível diálogo com a Diretoria. Na seqüência da minha fala inicial, o professor Carlos Soares fez uma ainda mais extensa intervenção, praticamente apenas defendendo-se das críticas por mim colocadas às decisões anteriormente feitas para com a Unimed, procurando justificá-las. Ele, após muito tergiversar, nas entrelinhas acaba concordando que erros (por mim apontados) foram cometidos, mas sem acrescentar nenhuma novidade ou crítica ao que realizei, a não ser a forma como o processo transcorreu. 

Aliás, o que legitimava as decisões anteriores relativas à negociação com a Unimed nunca foi um consenso interno de diretoria, mas que elas estavam respaldadas por uma comissão de professores que acompanhava o processo, e depois eram submetidas à assembléia. A comissão, como relatei, se esvaziou, e ficou reduzida a mim e ao professor Clóvis, juntamente com o advogado Nelson. As assembléias não tiveram condições de deliberar da forma que melhor resguardasse os interesses de todos, uma vez que lhes faltava em geral competência técnica, em que pese a generosidade de muitos (ou poucos), nem se mostravam um lugar apropriado para pensar o interesse comum, pois nelas predominavam a emoção daqueles que tem algum problema imediato com o plano de saúde.

Mas, o desfecho da reunião foi um horror, com acusações paranóicas ao professor Clóvis. A contribuição do professor Clóvis é inestimável. Ele conhece, como poucos, este mercado dos planos de saúde. A chegada dele como professor na UFSC há menos de dois anos é uma verdadeira benção que só deveríamos agradecer e louvar, pois já propiciou efetivos benefícios financeiros a todos nós. Os poucos colegas que comigo estiveram em reuniões com o pessoal da Unimed podem testemunhar o que presenciei nas inúmeras reuniões: a presença do professor Clóvis desequilibra a relação ao nosso favor, pois ele impõe respeito e temor naqueles executivos que sempre nos ameaçaram. A Apufsc sempre precisou de um profissional para tratar do Plano de Saúde. Quando surge um dos principais operadores neste mercado, o professor Clóvis, ajudando voluntariamente, ele passa a ser rejeitado por aqueles que se acham dono do pedaço. “Não fazer, e não deixar fazer”, eis o lema que lá impera. 

O que foi publicado na primeira página do Boletim 609 (10.09.07) é de uma incrível afronta à minha posição. A reunião ampliada da Diretoria buscou obstaculizar a conclusão da renovação do contrato com a Unimed. O relato desta triste reunião não revela que, ao final da mesma são poucos os presentes, que a decisão é tomada por poucos diretores.

Apesar desta primeira página pontuar que “remanesceram dúvidas quanto (…) à oportunidade de contratação de outra(s) operadora(s) de plano de saúde”, não se relata uma vírgula do importante debate que convoquei com a Agemed realizado dia 06.09.

Do ponto de vista técnico, nada do que foi acordado se objeta. Pelo contrário: eliminamos vários erros que nos prejudicavam financeiramente e que inercialmente se mantinham na relação com a Unimed. Em nenhum momento houve um sequer reconhecimento disto, pelo contrário. Há é má vontade (ou má fé) em não querer entender e enxergar estas críticas ao que estava erradamente posto.

Insisto que o absurdo impasse criado pela atual Diretoria já está a prejudicar financeiramente o conjunto dos colegas, impedindo-os de ter acesso às informações sobre as novas opções de planos regulados disponibilizados pela Unimed, e que, confrontadas com o plano atual, podem ser mais interessantes para muitos. Não está havendo a divulgação das novas modalidades de Planos de Saúde que a Unimed disponibilizará, juntamente com a manutenção do plano atual. Cada um escolherá o que lhe for mais conveniente, financeira e tecnicamente.

A principal objeção é relativa a não participação da Diretoria da negociação, e que o que foi acordado não estava sendo trazido para uma assembléia. Ora, essa negociação sempre ocorreu na Apufsc pelas mãos duma Comissão, da qual participa, necessariamente, o presidente. Reativar a Comissão do Plano de Saúde, ampliando-a, é bem vindo. Mas, a mesma comissão optou por não acompanhar as negociações, e o que foi acordado tem a legitimidade de ter sido pelo que dela restou: eu, o professor Clóvis e o advogado Nelson. 

Afirmo mais uma vez: apenas o presidente da Apufsc, regimentalmente, representa-a externamente. Nem o vice-presidente, nem os demais membros da Diretoria, têm poder para enviar ofício a qualquer outra instituição ou pessoa a respeito dos nossos interesses. A primeira página do Boletim 609 reproduz ofício enviado à Unimed, desautorizando a negociação que fiz ao longo dos últimos meses. É inócuo. É irresponsável. É golpista !!!

A decisão da diretoria de invalidar o que acordei é inócua, pois regimentalmente quem responde pelo sindicato é o presidente. É minha responsabilidade a renovação. Estou absolutamente tranqüilo que o que foi negociado é o melhor para o conjunto e para cada um em particular, pois permitirá cada qual escolher a opção que lhe for mais conveniente técnica e financeiramente. 

Não há possibilidade de ruptura imediata com a Unimed, em que pese o alto índice de reajuste (19%). Isto não cogito. A renovação do contrato é uma obrigação coerente com minha responsabilidade. Não posso comprometer a vida de 6000 pessoas com os impasses internos da Apufsc. Busquei que o relacionamento com a Unimed não fosse prejudicado e contaminado com a guerrilha que hoje busca me desestabilizar. Se fosse eu buscar um consenso interno da Diretoria para isto (que de resto não é exigido regimentalmente, nem nunca foi necessário para os outros inúmeros convênios que a Apufsc tem para com muitas outras empresas, inclusive a Uniodonto), com certeza estaríamos num terrível buraco que poderia levar a Unimed a romper unilateralmente o contrato, como ela inclusive sinalizou. Aliás, é para ele que eles querem rumar, pois a Diretoria (estimulada pelo professor Soares) está a fazer disto uma triste queda de braço. 

Incrível, para me atingir, se for necessário colocar em risco o Sindicato, isto será feito. A tensão interna na Diretoria não apenas é altamente prejudicial à saúde de quem dela participa, especialmente da minha em particular, como também prejudica seriamente os interesses dos associados. 

Colegas: não é possível comprometer com bravatas e zerar todo o sério esforço que fizemos. Tivemos reuniões quase semanais com a Unimed por mais de seis meses. Visitamos a GEAP. Fomos conversar com a reitoria sobre o patrocínio de plano de saúde. Foi criado o Observatório da Saúde. Nos anos anteriores, compramos a totalidade do déficit. Este ano, a Unimed aceitou arcar com mais de 200 mil reais do mesmo. Desmontamos a bomba relógio colocada. Abrimos espaço para a discussão da AGEMED e para a quebra do monopólio da Unimed. Enfim, procuramos construir opções. Se mais não foi feito, foi por causa da paralisia da diretoria da Apufsc. O resultado não é formidável, mas está muito acima do razoável. Podemos fazer mais. Discussões, críticas e sugestões são bem vindas, mas não estou disposto a ser desrespeitado e chamado de desonesto. Estes dialogarão com meu advogado.

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[1] www.apufsc.ufsc.br/_menu/2_boletins/2006/574/boletim574.pdf 
[2] www.apufsc.ufsc.br/_menu/2_boletins/2007/587/boletim587.pdf 
[3] www.apufsc.ufsc.br/_menu/2_boletins/2007/599/boletim599.pdf 
[4] www.apufsc.ufsc.br/_menu/2_boletins/2007/600/boletim600.pdf 
[5] www.apufsc.ufsc.br/_menu/2_boletins/2007/601/boletim601.pdf 
[6] www.apufsc.ufsc.br/_menu/2_boletins/2007/607/boletim607.pdf 
[7] Vejam o anexo com a divulgação dos novos planos da Unimed.