Na Proposta Curricular da Matemática da Secretaria de Educação de SC, www.sed.sc.gov.br, das disciplinas, pg 105, aparecem afirmações como ”não são os conteúdos em si e por si que importam, mas os conteúdos enquanto veículos de grandes realizações humanas… os conteúdos enquanto veículos de produção de bens culturais, de esperanças e utopias sim … mas também os conteúdos enquanto veículos de produção, de dominação, da desigualdade, da ignorância, da miséria e da destruição…” e “a matemática ainda é vista somente como uma ciência exata, pronta e acabada, cujo ensino e aprendizagem se dá pela memorização ou repetição mecânica de exercícios de fixação, privilegiando o uso de regras e macetes”. Fiquei estarrecido com o conteúdo do currículo e com algumas bibliografias indicadas, especialmente duas dissertações de mestrado originadas no CED-UFSC, encontráveis na BC da UFSC, (CETD/UFSC/PEED/0028) e (CETD/UFSC/PEED/0070).
Na hora em que a última ditadura comunista está jogando a toalha e seu socialismo, nas palavras de seu líder máximo, “não serve nem mais para consumo interno”, e que um mundo de funcionários públicos vão ser demitidos (vão para a iniciativa privada, qual?), boa parte da pesquisa do CED da UFSC está voltada para aspectos relacionadas com o marxismo e sua difusão! Ainda em 2010 encomendam livros como “O manifesto comunista” dos anos 1800! Numa das dissertações, acima citadas, aparecem afirmações como, ”o ensino da matemática está estruturado em função dos interesses de pequena parcela da população”, “o medo da matemática só serve às elites”, “o caráter ideológico da matemática evidencia-se… para explicar a legitimidade a algumas medidas sociais e econômicas adotadas no país como taxas de juros, vantagens fiscais e a alta dos preços”(!), ”a matemática dialógica ou emancipadora tem o compromisso com as classes populares” (classes susceptíveis de doutrinação?), ”a integração da matemática com outras áreas enfraqueceria o poder do professor de matemática”, ”a escola conservadora ensina estes conteúdos no sentido de ocultar a razão dos problemas sociais” (em matemática ensinaria o que?), e o título de uma das dissertações acima citadas “uma aposta no enfraquecimento das relações de poder na educação matemática”!
Como professor de matemática, posso dar uma opinião consistente. O ensino da matemática precisa uma total reformulação. Onde deve começar isto? Na parte mais fácil, que ainda é a formação adequada dos professores. O ensino da matemática precisa ser iniciado, de forma correta, desde o jardim de infância. Quem não consegue entender a formação dos números, não está apto a ensinar operações básicas (aritmética)d+ vai recorrer a macetes e vai dizer que o assunto é difícil, mas que ele (professor) vai tentar … Como este professor vai promover entendimento se ele mesmo não o tem? O ensino de matemática exige especialistas desde sua base. Não é com plataforma Freire que vão resolver porque a pedagogia de Freire foi desenvolvida com o objetivo político que ele tinha em mente, a difusão do socialismo. A baboseira ideológica não resolverá o problema do ensino da matemática. Não precisamos professores de matemática mais “enfraquecidos”, mas com melhor preparação, esta é minha opinião. Quanto a estas duas dissertações do CED, como referências de um currículo de matemática, são de engasgar. Foram aprovadas pelo CED pelo seu valor pedagógico?