O processo de sucessão na UFSC está na ordem do dia, embora ainda muito incipiente e em reuniões de petit comité. Todavia, espera-se uma maior amplitude e envolvimento de todas as lideranças acadêmicas e com posição política, em fóruns abertos, que permitam à comunidade universitária interessada em expressar sua opinião e participar ativamente, de forma transparente, nos destinos da vida acadêmica e administrativa da instituição. No mês de outubro deste ano provavelmente deverá ocorrer uma consulta paritária proporcional organizada por comissão constituída de representantes das entidades da comunidade universitária (APUFSC, SINTUFSC, DCE e APG). Portanto, seria salutar que as organizações representativas da comunidade universitária abrissem espaços para o debate, pois se passaram três anos de total inércia, de um desgaste da imagem da UFSC na sociedade e nos meios de comunicação, onde esta é notícia quando algo ruim ocorre no Campus (sequestro relâmpago, problema do bosque, processo no ministério público, festas no campus durante período de aulas e/ou durante a madrugada, dentre outros). A atual administração entra no ano derradeiro sem ter realizado, na sua essência, o conjunto das propostas do plano de gestão “A UFSC QUE QUEREMOS”. Diante disso, espera-se que toda a comunidade universitária possa avaliar profundamente as propostas que não foram atendidas pela atual gestão, pois a UFSC que se tem, neste período, é uma instituição fragilizada perante a comunidade interna e a sociedade catarinense. Neste momento o apelo que aqui cabe é a conscientização de todos sobre a necessidade “urgente” de se viabilizar um processo de discussão, de forma transparente, democrático e pautado pelo propósito maior da instituição, que é a busca incessante da qualidade e indissociabilidade entre o ensino, pesquisa e extensão! Para tanto, acredita-se que é preciso:
1) que se realizem debates abertos e amplos, que fuja ao tradicional e clássico, que “mostre a sua cara” e antecipe o que será a próxima gestãod+ 2) que a campanha não repita “vícios das eleições” que se assistiu em 2011, onde a cooptação e o dinheiro correu solto para a realização de festas e pequenos favores, atos estes que são condenáveis e que merecem o repúdio da comunidaded+ 3) que não se polua visualmente o(s) Campus, mas que se utilizem as redes sociais e os meios acadêmicos, com o objetivo de se ter um processo eleitoral limpo e um alto nível nos debates de propostasd+ 4) que se recuperem os fóruns abertos, onde se possa debater temas e questões polêmicas, tais como: EBSERH, segurança, fundações de apoio, problemas no Campus e nos Campi, e se resgate uma administração dinâmica, propositiva, democrática, plural, diversa, atuante, presente e responsáveld+ 5) que as fogueiras de vaidades de pré-candidatos e os conchavos ou lobbies de grupos não prevaleçam sobre as ideias e compromissos, pois só assim poder-se-á avaliar o “perfil” que melhor se ajusta frente aos desafios e às soluções necessárias que a instituição deverá enfrentar para recuperar a sua imagem interna e externa, bem como a eficiência em seu funcionamento.
O processo para escolher a gestão 2016-2020 está aí, mas se espera que este não fique restrito a iluminados e a grupos históricos de poder que queiram propor algo pior do que está sendo a gestão que finaliza em maio de 2016. Alguns nomes estão postos como pré-candidatos e já começam a circular pelo Campus de forma mais aberta. A sucessão deverá ser a pauta principal até o final do primeiro semestre letivo, ganhando força já no início do segundo semestre. Assim sendo, os (as) candidatos (as) deverão percorrer muito chão, não só no Campus de Florianópolis, mas de Araranguá, Curitibanos, Blumenau e Joinville É olho no olho! Desta vez não se deve assinar um cheque em branco, sendo iludidos com discursos e retórica que apresente planos mirabolantes, mas que ficam, como o da atual gestão, apenas no papel. E vamos para o debate!
*Francisco Fletes
Professor do Departamento de Informática e Estatística