Os discursos sistemáticos de todos os candidatos durante as campanhas eleitorais é que as prioridades de seus governos estão relacionadas com a educação, a saúde e a segurança. Mas, na pratica, o que observamos é sempre o sacrifício dos profissionais destas áreas. É o que vem ocorrendo em Santa Catarina. Um estado considerado privilegiado financeiramente e com índice de desenvolvimento acima da média nacional, mas que não consegue propor uma política salarial digna aos respectivos servidores. A greve no magistério é uma prova disso. Embora muito se fale que a melhoria da qualidade do ensino é estratégia chave para o crescimento da economia de um país e para o desenvolvimento social dos seus cidadãos, pouco está sendo aplicado na prática.
Todos sabem que uma educação de qualidade se obtém com maciços investimentos em escolas, professores e alunos. É isto que querem os professores da rede estadual, simplesmente o pagamento do piso determinado por lei e que o governo não veja a educação como gasto e sim como investimento. Está mais do que na hora dos profissionais serem valorizado neste país. Professor merece, sim, ser tratado como autoridade, mas de direito e de fato, com formação continuada e remuneração digna. Sem uma grande mudança nas condições salariais e de trabalho dos professores, o Brasil vai continuar com baixos índices nas avaliações internacionais.
É necessário um espaço escolar onde educador tenha uma condição de trabalho de qualidade para assim oferecer, também uma educação de qualidade. E isso só acontecerá quando os setores públicos voltarem sua atenção para a recuperação da escola pública enquanto espaço de debates e de construção da autonomia dos sujeitos que nela estão inseridos.
A educação no Brasil é marcada por diferenças sociais gritantes e pela negligência do estado. Não é uma área que recebe o reconhecimento devido, apesar de ser um dos pilares da formação da sociedade. Com efeito, o Brasil tem pela educação uma dívida que deve ser reparada o mais rápido possível, pois não é viável a um país ser economicamente forte se não tiver uma educação qualificada.
A valorização dos profissionais da educação, ampliação das condições de acesso e permanência na escola e ampliação da qualidade do ensino oferecido são alguns dos desafios que se impõem a qualquer governante que deseje melhorar o sistema escolar brasileiro.
É preciso que olhemos para a educação como um processo contínuo e eficaz. Tenhamos desta maneira um ambiente favorável para que crianças e jovens possam estudar sem preocupação com a violência.
Por fim, a educação Brasileira tem solução, e temos que acreditar e realizar isso, desde que seja realizado um trabalho de comprometimento de todos os envolvidos na educação. Apenas quando a Educação for pauta prioritária no Brasil, os brasileiros terão condições plenas de realizar seu desenvolvimento econômico, social e político, alcançando plena cidadania.
Carlos W. Mussi
Presidente da Apufsc-Sindical