Carta-aberta ao autor do artigo “A escravidão intelectual de nossos tempos: o racismo às avessas”, publicado na seção Opinião do Boletim da APUFSC 799, de maio de 2015
Por favor, Marcelo, nem tanto ao mar, nem tanto à terra…
Sua condenação aos estereótipos começa bastante lÚcida e deve ser aplaudida na sua especificidade. No entanto, ao fazer uma generalização com respeito aos coletivos, você esquece que muitos dos nossos direitos democráticos foram obtidos por grupos, a partir de movimentos coletivos (inclusive o fim da escravidão oficial dos negros).
Entre outras coisas, sua crítica a “muitas das feministas” (outra generalização, pois são “poucas das feministas” que fazem isso) revela um desconhecimento das lutas das mulheres, além de um preconceito e um conservadorismo alarmantes. Devo lembrar que algumas mulheres desafiam, sim, os muçulmanos. Quando não morrem apedrejadas, podem até receber o Nobel da Paz. Informe-se.
Outra coisa: desde quando mÚsculos e pelos são marcas de virilidade? Você já foi a uma sauna? E mais uma perguntinha: qual o problema com seios caídos? Pelo menos não precisamos levantá-los com viagra para que funcionem!
Espero que você seja bastante jovem para ter tempo de aprender e mudar essa visão estereotipada de gênero.
*Susana Bornéo Funck
Professora aposentada