“What is in a name? That which we call a rose, by any other name would smell as sweet” (Shakespeare, pela boca de Julieta)
Como o Cancellier lê Inglês apenas “razoavelmente”, conforme declara em seu currículo Lattes, penso que devo traduzir a frase acima.
Naquele tempo, disse Julieta a seu amado Romeu, este trepado em uma árvore e querendo (esperto) entrar no seu quarto: “O que é um nome? Aquela que chamamos rosa, com outro nome teria o mesmo perfume.”
E como ficamos nós, ante este sábio ensinamento da doce Julieta, sabendo que Cancellier, embora não tendo o nome de Roselane, tem o mesmo perfume ideológico (ou algo do gênero), ou que é farinha do mesmo saco ideológico de Roselane? Que têm, ambos, o mesmo perfume ideológico (ou algo do gênero) ficou claro na campanha que se encerrou.
Ambos são a favor da democratitica universitária, aquela visão subtropical, subdesenvolvida e ultra cretina que vê na universidade não uma instituição calcada no mérito acadêmico, mas um clube social onde são sócios todos os docentes, discentes e servidores técnico-administrativos. Pior, bem pior: sócios que não pagam mensalidades, mas recebem salários e benefícios educacionais gratuitos, tudo pago pelos contribuintes.
Ambos são irremediavelmente adeptos da eleição paritária para reitores e demais funções eletivas na universidade, embora isto seja claramente ilegal, já que a Lei determina algo bem diferente.
Também ambos são a favor de prestigiar o Andes-SN na UFSC – dando-lhe atribuições de representatividade e permitindo que dê pitecos em órgãos e comissões-embora a Justiça, reiteradas vezes, afirmou que aquele sindicato nacional não representa os docentes das universidades federais em Santa Catarina.
Se o nome não tem importância, se o que conta é o perfume (qualquer perfume), podemos intercambiar os nomes? Se podemos, cara Julieta, vamos lá:
Roselane perdeu as eleições no primeiro turno.
Mas Roselane ganhou as eleições paritárias no segundo turno.
Roselane agrediu a Lei, criando uma eleição viciada na origem, paritária, portanto ilegal, e nula de pleno direito.
Mas Roselane, vitoriosa nestas mesmas eleições paritárias (perdeu na proporcional, a única prevista em Lei), tudo fará para ganhar a reitoria, no tapetão do MEC. “Irmãos” influentes em Brasília não faltarão para a tarefa.
Pobre UFSC!
Tão promissora no seu alvorecer.
Tão abandonada da sorte e da razão, que não consegue se livrar de Roselane.
Tristes trópicos!
*José J. de Espíndola
Professor Aposentado