Quando o feminismo universitário revela seu viés fasci-comunista

O seguinte diálogo ocorreu no centro acadêmico de letras da UFRGS (https://www.facebook.com/CanalDaDireita/posts/820256924785507)

Feministas: Cara, local público não é igual a local de livre trânsito.

Indivíduo: E quem define quem é bem-vindo?

Feministas: A coletividade!!! Vamos lá, gente, ó … assembleia geral extraordinária, “quem quer que ele se retire agora desse espaço?”

Indivíduo: Eu posso concluir então que vocês não aceitam minorias, …, eu sou minoria aqui. Chama o segurança, então.

O contexto do diálogo, ao que parece, refere-se ao descontentamento de um grupo de feministas contra um indivíduo que jogava sinuca no CA das Letras e vestia uma camisa com a foto do deputado federal Jair Bolsonaro. As mocinhas feministas, inconformadas, queriam expulsá-lo de lá alegando que ele era opressor e, por isso, não era bem-vindo naquele espaço.

A reflexão que desejo fazer deste evento não é tanto sobre as intenções do indivíduo que portava a camisa, mas sim do comportamento das feministas que é muito parecido com a forma de atuação de grupos fasci-comunistas. Com efeito, o direito da coletividade (feminista) deliberar o destino da permanência ou não do indivíduo no lugar, longe de indicar uma decisão legítima amparada por princípios democráticos, assinala, na verdade, o quão pernicioso a coletividade pode se tornar. Ora, embora fascismo e comunismo duelem entre si na sua luta contra (o que eles dizem ser) os pilares da ordem burguesa atual (a democracia liberal e a economia de mercado), na prática, almejam ser a única força hegemônica a deter o poder invocando um direito incontestável onde, de um lado, os comunas falsamente alegam que defendem o direito da classe trabalhadora (mesmo que a História tenha sistematicamente refutado isso) e, do outro, os fascistas alegam defender a nação (mesmo que cometam toda sorte de aberrações que nega o espírito e valores de seus compatriotas). Assim, naquele CA de Letras da UFRG, tal qual fasci-comunistas, as feministas invocaram para si a autoridade sem nenhuma argumentação de onde tal autoridade emanava. De nada adiantou o indivíduo que trajava a camisa com a foto do Bolsonaro questionar de onde vinha a autoridade delas para o expulsarem do lugar. E é exatamente dessa negativa de argumentação que surge a experiência autoritária que produz aberrações como o fasci-comunismo. Neste caso, sob o falso argumento de defender as mulheres, é incompreensível que as mulheres permitam que uma coletividade de feministas histéricas tomem para si a causa de todas as mulheres.

O despreparo dessas mocinhas feministas que infestam as universidades pichando paredes com slogans e palavras de ordem é evidente, e é positivo que surjam indivíduos dispostos a demostrar o modo de atuação autoritário de muitas delas. Mas, o melhor mesmo talvez tenha sido a intenção do rapaz em provocá-las para que coletivamente se passassem por opressoras invocando uma assembleia geral para que o expulsassem. Coitadas, as pobres mocinhas caíram direitinho na isca sem nem mesmo se dar conta disso. Que elas tenham tão facilmente caído na armadilha apenas revela que não são boas representantes da causa das mulheres.

 


Marcelo Carvalho

Professor do Departamento de Matemática da UFSC