Qual o compromisso do reitor com o que ele escreve?

Em nota recente endereçada a comunidade acadêmica da UFSC o magnífico reitor escreve que

“….reconhece o direito de livre manifestação e opinião, resguardado o direito do livre acesso às dependências físicas dos Centros de ensino, tais como salas de aula, laboratórios, clinicas e salas de trabalho, bem como a eventos já previamente agendados.”(*)

Contudo, em sua nota, o reitor não diz nada sobre que medidas tomará caso esteja sendo desrespeitado o livre acesso as unidades, e este parece ser o caso como vemos em um vídeo recente gravado nesta sexta-feira que comprova que o livre acesso ao CFH está sendo desrespeitado

https://www.facebook.com/marciomourabridon/videos/1280080608680281/?hc_location=ufi

De fato, neste vídeo vemos estudantes que tentavam acesso ao prédio do CFH para verificar rumores de depredação do patrimônio público naquela unidade e foram impedidos de entrar no prédio pelo próprio diretor do CFH. Curiosamente, o diretor do CFH é um dos quinze diretores de centro que subscrevem  a nota do reitor, ou seja, pelo menos neste caso parece que o diretor do CFH endossa apenas com palavras a assertiva (*), já que seus atos mostram o contrário.

Também há relatos de docentes nas redes sociais afirmando que não podem ministrar  suas aulas por conta da ocupação. Diante disso, fica evidente que o reitor não pode mais reconhecer a ocupação como legítima visto que o direito de livre acesso está sendo violado. É de se lamentar que um reitor que deveria zelar pelo espaço acadêmico demonstre fraqueza em enfrentar a situação exigindo a imediata desocupação. 

Faz-se necessário também  que os docentes  que se opõem a este ato arbitrário, intimidatório e violento que os impedem de dar suas aulas e acessar a sua unidade deixem o silêncio, o medo, e a resignação e se manifestem publicamente.

A reflexão de Roy Batty mais uma vez torna-se atual para todos que se deixam intimidar e se submeter:

 

“Quite an experience to live in fear isn”t it? That”s what it is to be a slave”.


Marcelo Carvalho

Professor do Departamento de Matemática