Entre linguiças e política!

“Dorme-se melhor quando não se sabe como fazem linguiças e política” Otto von Bismarck

A imprensa catarinense, recentemente, noticiou a demanda de prefeitos municipais, junto ao governo do Estado, por recursos devidos na área da Saúde.

Por ter participado do Conselho Curador da Fahece, gestora do Hemosc e Cepon, assisto a reivindicação sistemática de aporte de recursos não repassados e devidos pelo Governo, comprometendo o atendimento à população.

Na região de Florianópolis, o Hospital Regional e o Hospital dos Servidores, frequentemente, suspendem o atendimento em decorrência de recursos devidos pelo Governo.

Exemplo constrangedor, o Hospital Infantil de Joinville evita internações e cirurgias, considerando a falta de repasse de recursos pelo Estado.

No entanto, estamos em vias de ser concretizada uma negociação surpreendente: a compra do Hospital da Unimed pelo Estado, no valor estimado em 140 milhões de reais.

Sabe-se que a gestão temerária da Unimed, em passado recente, deixou um prejuízo correspondente.

Como cooperativa, o resultado financeiro da Instituição deve ser garantido pelos cooperados, solidários, quer no lucro ou no prejuízo da organização.

Assim, a melhor alternativa seria a venda do hospital ao Estado, isentando de risco as clínicas, laboratórios e profissionais associados.

Utilidade do Hospital? Uma unidade de referência na cardiologia!

Mas o Hospital Regional não é a referência em cardiologia no Estado desde a década de 70/80, quando foi inaugurado?

Com recursos equivalentes, a sociedade catarinense poderia festejar a recuperação dos hospitais existentes e, sem dúvida, com serviços de atendimento que merecem e com mais amplitude. Inclusive, minimizando os riscos na prática da medicina, exigência permanente da classe médica catarinense.

Acrescente-se a preocupação operacional! A Secretaria de Saúde tem capacidade orçamentária para manter a unidade hospitalar em permanente funcionamento ou, brevemente, teremos mais esta paralisação? A decisão exige explicações transparentes e consistentes, inclusive para que possamos continuar dormindo bem!


Carlos W. Mussi

Professor e Administrador