A procura da falsidade não tem futuro

No 01/02/2016 foi publicado no site da APUFSC  meu artigo “Procura da Verdade ou procura da Falsidade” no qual escrevia “ A verdade está relacionada com a transparência e a democracia. Quem falsifica adquire a condição de opressor e obriga a outra parte a ser submissa”.

Isto foi como consequência de que o Decreto 1.916/96 art. 1, item 1, não foi atendido na eleição do atual Reitor da UFSC , onde um Juiz Diógenes T.M. Teixeira, em sua sentença de 12/01/2016, estabelece que não existe lei que limite a atuação do Conselho Universitário nesse procedimento de consulta  livre a comunidade universitária, desconhecendo o Decreto 1916/96. Então a mesma justiça, por intermédio de um Juiz, elimina o Estado de Direito e assim igualmente elimina a verdadeira democracia.

Devemos lembrar que o mesmo Reitor, atualmente afastado, em reunião do CUN 13/09/2011 declarou  “Não cabe a este conselho legislar sob hipótese alguma sobre a consulta a comunidade” ou seja apoiando o decreto 1.916/96, ou seja iniciando seu próprio processo de falsificação. Qual é a verdade sua opinião no CUN ou sua aceitação de uma sentença totalmente contraria?

Porque escrevi que o juiz elimina o Estado de Direito e igualmente a democracia. O Estado de Direito é eliminado ao não cumprir um decreto federal, que  nenhum Conselho Universitário pode modificar ou adulterar.  Elimina a democracia porque desvirtua o principio de “representação”. O Reitor afastado perdeu em professores aproximadamente 60 a 40% e perdeu em alunos, somente ganhou em funcionários, ou seja, representa somente a estes.

Não podemos negar que esta gravíssima falsidade é transmitida, lamentavelmente, aos jovens alunos que são formados sem um claro e definido amor pela verdade e a justiça, valores fundamentais de qualquer sociedade humana.

Observamos isto na crise terrível de nosso país, um presidente que somente representa um 5% da população realizando mudanças que comprometem o país na sua soberania, na sua distribuição de riquezas, na sua essência cultural mesma que deve ser orientada para construir um mundo melhor, sem desigualdades nefastas, sem descartados, onde todos podamos participar das riquezas materiais e espirituais  em igualdade de condições, em liberdade e conservando nossas identidades pessoais.

Aparentemente, o inquérito aberto pela PF sobre desvios de recursos públicos no programa de ensino distancia (EaD), demonstraria uma falsidade mais grave, que não pode ser subestimada, que deve ser esclarecida em sua totalidade para demonstrar que não perdemos nossa procura pela verdade e a justiça reais, não fictícias, como podem chegar a ser.

Acredito que o único gesto de dignidade com o qual as atuais autoridades podem recuperar sua identidade universitária é renunciando para permitir uma nova eleição realizada segundo a lei. A persistência na falsidade, na vontade de poder, fama, etc., não tem futuro e tem como destino um abismo escuro do qual dificilmente poderemos sair. A responsabilidade da APUFSC esta clara, igualmente ela deve escolher entre verdade ou falsidade.


Rosendo A. Yunes

Professor aposentado