A propósito do recém publicado artigo do Prof. Rampinelli, no Boletim da Apufsc e doutras discussões que rolam nas listas da Apufsc e “associados”… De um modo geral, concordo, plenamente com o que o nosso Caro Professor escreve. Mas reapresentarei mais algumas boas coisas. Pois, até onde compreendo, sindicalismo é algo da natureza da história e da formação da oposição e da esquerda, em todo o mundo do trabalho e do salário e em todos os tempos. Lembremos dos mineiros ingleses dos anos de 1700 e de seus “camerodes” (!), das “mutuelles” francesas que sobrevivem, ainda hoje, no centro de Paris, no “Quartier Latin”, próximo à Rue des Écoles, Collège de France, Sorbonne, Saint Germain, Sainte Genéviève, etc.
Vem de lá a origem de nosso sindicalismo. Sempre na oposição, sempre de esquerda, sempre na luta contra os patrões, proprietários e gestores dos meios de produção. Lutando para sobreviver, inclusive para enterrar, dignamente, os seus filhos e operários mortos. Pois, o tempo dos “Cristãos das Catacumbas Romanas” já havia passado, a Idade Média “Católica” foi-lhes deixando, nitidamente para os “domínios dos proprietários dos feudos” e as famílias pobres e expropriadas já nem conseguiam enterrar os seus mortos nos terrenos de cemitérios dos fundos das igrejas católicas porque não tinham condições materiais para fazer frente às despesas dos enterros, etc. Só a sua intersolidariedade lhes permitia alguma dignidade, de cabeça erguida e na luta permanente.
Mas a vida continuou e isto foi afirmando a formação das lutas, das oposições, do sindicalismo e da esquerda, etc. É bem por isto que é impossível pensar em sindicalismo de direita ou da nova direita, simplesmente porque não há patrões e nem grandes proprietários, ou gestores de Estado, de esquerda. É por isto que sindicalismo é uma luta inerente da e à esquerda. E quando as novas direitas ou as velhas, mesmo, chegaram ao sindicalismo foi para rejuntá-lo ao fascismo de Mussolini, ao nazismo de Hitler, ao Francoismo da Espanha, ao fascismo de Hiroito, às máfias sindicais do capitalismo estadunidense e às ditaduras brasileiras e latinas, em geral, ou equivalentes. É impensável pensar e ver o sindicalismo com a direita e à direita…
É por isto que esta “soit disant”, Valdir Rampinelli, nova direita é completamente igual àquela velha direita, anti-sindical e que só faz a política da velha ou da nova direita. Se a esquerda se apequena ou se encolhe a luta social e do sindicalismo também fenece… O sindicalismo, a representação dos interesses dos trabalhadores, bem ou mal, só pode ser representada pelos sindicalistas de esquerda. O resto é conversa mole! Quando eles se achegam aos sindicatos é para destruí-los e levá-los à adesão das políticas da velha e histórica direita e de suas novas… A direita nunca fez e nem fará sindicalismo, ela apenas apelega e destrói os sindicatos, meio real e verdadeiro de luta e da solidariedade “mutuelle” dos assalariados de todo o mundo. O resto é sempre e indiscutivelmente de direita, velha ou nova.
Um ônus que portamos é o de que por vezes nos defrontamos com os tipos de “Andes-ADs” que sobreviviam com as Assembléias Gerais que terminavam, sempre com os vinte militantes deles, na medida em que os nossos não agüentam e abandonam as AGs e eles ficavam para votar tudo o que e como queriam, ao final dela. Mas as novas direitas que fazem dos Conselhos de Representantes as suas tábuas rasas, os seus clubinhos de amigos, confrarias de conveniência, porque, de fato, ninguém se interessa pela representação do CR, ai eles “comandam”, com o seu “compadrio e clubinhos de amiguinhos”. O CR só dava quorum quando a “oposição da Andes-AD” viu lá a “sua mini-AG”. Pois, eles são, sempre, batalhadores contumazes, E os “direitosos”, novos e velhos não gostam destes teatros de batalhas. Gostam mais do CR sem quorum, como as mini-AGs dos Andes-ADsistas. Nisto, são iguais! Mas assim o resultado é péssimo, como é hoje, na Apufsc! Destruíram, estatutariamente, o papel político e gestor da Diretoria, eleita em grande e renhida, por vezes, luta ideológica e política, e que, portanto obtinha uma forte representação política e ideológica, Mas, substituíram-na por um CR de compadrio e de amiguinhos, sem representação. Mataram a Diretoria, assim como mataram o CR e não ajudam a criar um correto, verdadeiro e adequado sistema de representação que defenda os interesses imediatos, salariais e estratégicos dos Professores, trabalhadores e assalariados do sistema capitalista que nos oprime com as suas regras. Contra o que temos que lutar pela nossa sobrevivência, evidentemente.