Na atualidade existe um volume imenso de informações e dados científicos. Mesmo numa única especialidade torna-se impossível o pleno domínio desses saberes. Em muitas áreas os mesmos conhecimentos admitem variadas formas.
Assim os conhecimentos disponíveis precisam ser devidamente selecionados, tendo em vista sua efetiva utilização. No aprendizado escolar, as informações científicas devem adequar-se aos respectivos estágios de evolução dos educandos.
Em algumas áreas, o conhecimento é essencialmente cumulativo, dependendo sua aprendizagem de pré-requisitos. Este é o caso, por exemplo, da matemática. Deficiências não sanadas podem impedir a aquisição de novos conhecimentos.
Nesses casos, torna-se necessária uma avaliação mais pormenorizada para evitar problemas futuros. Hoje dispomos de aparatos tecnológicos apropriados para identificar e corrigir tais deficiências na formação dos alunos.
Outra problemática diz respeito à profundidade dos conhecimentos incluídos nos currículos escolares. O aprofundamento dos professores em cursos de pós-graduação pode induzir a inclusão de informações científicas que não são adequadas para os alunos.
As modificações que estão sendo introduzidas no ensino fundamental e médio podem ensejar melhorias significativas no desempenho dos futuros profissionais. Os sistemas de comunicação, incluindo o satélite brasileiro, podem ser bem utilizados na capacitação dos professores.
O ensino superior é cada vez mais afetado pelos novos conhecimentos científicos que estão sendo gerados. É necessário que os conteúdos curriculares dos cursos de graduação e as pesquisas geradoras de informações científicas estejam devidamente atrelados à realidade dos sistemas produtivos brasileiros de bens e serviços.
As universidades brasileiras ocupam posição de destaque na América Latina. No ranking de 2017 da organização Times do Reino Unido, 50% das dez e 60% das vinte primeiras são brasileiras. Isto se deve primordialmente à evolução da pós-graduação, bem coordenada pela CAPES.
No entanto, não bastam números expressivos de teses e dissertações aprovadas. Nem mesmo um alto volume de artigos publicados em
conceituadas revistas científicas internacionais. O efetivo aproveitamento profissional dos egressos é que vai assegurar a eficácia do sistema de pós-graduação.
Pesquisas alienadas geram um ensino alienante e o resultado será a formação de profissionais altamente qualificados que irão trabalhar no exterior. Precisamos de mecanismos apropriados de relacionamento entre as instituições de ensino superior e os sistemas produtivos brasileiros para bem captar suas reais demandas.
Raul Valentim da Silva
Professor aposentado