Nos vídeos, cartazes e folders todos os candidatos são bem apessoados, assépticos, com fotos retocadas. Mas é preciso separar quem tem conteúdo e essência dos que só tem aparência. É preciso ter claro: quem representa a continuidade do grupo de poder partidarizado (PC do B declarou oficialmente) ou quem se apresenta como símbolo de uma “nova esquerda” militante-partidária (PDT declarou oficialmente) de quem realmente representa a mudança efetiva e de respeito ao pluralismo ideológico, sem influência partidária, pois não se solicita apoio oficial e nem ficha de filiação.
Podemos começar a separar o joio do trigo observando os apoios e avaliando o perfil acadêmico (comparem o currículo lattes de cada candidato). A candidatura Ubaldo_52 é apoiada pelos obscuros grupos de interesse que por muito tempo vem se mantendo no poder administrativo da UFSC. Pessoas que posam de bonitas e faceiras, mas só se pautam por estar no poder e distribuição de cargos, e tentam desesperadamente manter-se para reeditar as velhas práticas da troca de favores, apadrinhamento, fisiologismo e do clientelismo. Por isso, na quarta-feira (28/03) se dá um passo à frente ou se volta ao passado!
Qualquer semelhança entre a candidatura Ubaldo_52 e os políticos de Brasília não é mera coincidência: os métodos são os mesmos! Aliás, não é trivial que essa candidatura tenha o apoio e a simpatia de partidos políticos que já passaram pelo poder federal de triste memória. Ou seja, forças alheias à universidade estão por trás dessa candidatura. E aí impera o vale tudo! É por isso que seus apoiadores andam por aí, o trabalho sujo, espalhando boatos pelos corredores e nas redes sociais contra o oponente.
Como o método é o da velha política, o discurso muda conforme a plateia. A posição é não ter posição única sobre coisa alguma. Na verdade, parece haver pouca preocupação genuína com a universidade, pois o que está em jogo é simplesmente se manter no poder. Poucas ideias, pouca noção do que efetivamente fazer para melhorar a instituição, só a reprodução de chavões ocos e tapinhas nas costas. Síntese: a UFSC, para esse grupo, é apenas um aparelho burocrático, uma mera repartição pública.
Enfim, transformam a eleição para a reitoria (algo muito sério, que deveria ser pautado por princípios verdadeiramente acadêmicos e por uma verdadeira política universitária!) em uma eleição partidarizada. E aí imperam a dissimulação, o engodo, a propaganda fácil e rasteira. Ficamos lamentando a existência de um golpista, mas será que devemos aceitar a mesma lógica aqui dentro da UFSC ao golpearem a Vice-reitora também?
Por outro lado, tem a candidatura Irineu_80 apoiada por militantes bolivarianos que se pautam pela estreiteza em realizar uma política universitária acadêmica e mais do que isso, o candidato é omisso quando se trata de constituir comissão de sindicância diante de denúncias de assédio moral (Ata do Conselho Departamental de 26/04/2017 às linhas 34 a 36, bem como 68 a 70). Não bastasse isso, ainda atua com censor de debate sobre temas que a universidade até hoje não proibiu, mas ele teve a ousadia de censurar em 2017! E ainda tem um processo de sindicância de nº 23080.038739/2017-01 que se encontra indisponível no sistema e sob sigilo da corregedoria. Qual será o conteúdo e a quantos atinge? Cadê a transparência no serviço público?
E ainda o candidato Irineu_80, que se intitula de “nova esquerda”, nos dois últimos debates realizados achincalha a entidade APUFSC-Sindical, criticando a diretoria por respeitar a sua instância deliberativa (Conselho de Representantes_CR) na consulta informal de 2015. É esse reitor que Você elegeria, que é omisso na direção de sua unidade, que censura debate e que questiona instância deliberativa de entidade na qual é filiado? Exigimos mais respeito, Professor Irineu!
Quanto ao candidato que apoio, o conheço desde 1992, quando ao ingressar na UFSC dei posse como professor e desde então acompanho a vida dedicada à academia nas suas funções primordiais. Por isso, sem temor, afirmamos e conclamamos: vamos votar por mudanças efetivas na candidatura Edson De Pieri_57 porque queremos eleger um reitor, e não um presidente de partido político!
José Francisco Fletes
Professor desde 1977 da UFSC, Centro Tecnológico (CTC), Departamento de Informática e Estatística (INE). Ex-Pró-Reitor de Assuntos da Comunidade Universitária e Assessor Especial do Reitor na Gestão “Repensar para mudar” – 1992-1996. Ex-militante e fundador do PC do B_SC – 1972-1991 (Preso em 13/08/1982 pela Polícia Federal). Atual representante titular do INE no CR_APUFSC-Sindical.