As raízes populares da Polícia Militar

A Polícia Militar é uma instituição com forte identificação regional dado a sua vinculação ao Estado da Federação a que pertence, e sua origem remete aos tempos ainda da monarquia sob a forma de Guarda Real. Detalhes históricos a parte, essa instituição mais que centenária tem acompanhado de perto o desenvolvimento da nossa sociedade e  enfrentado o enorme desafio de manter a ordem pública. Nos tempos atuais, tornou-se cena comum policiais morrerem em ação, e também as críticas de alguns setores que desejam a todo custo erradicar a Polícia Militar, algo que sem nenhuma cerimônia bradam como “desmilitarização da Polícia Militar”, sendo isso uma pauta de  grupos obscuros apátridas sediados sabe lá onde e com que propósito como “Human Rights Watch”, Anistia Internacional, e também de partidos que representam o que há de pior no espectro visível da esquerda autoritária, por exemplo, PT, PSOL, PSTU, PCO, PCdoB, etc.

Mas, em que segmento da sociedade o discurso desses grupelhos e partidecos ganha aceitação? Ou, dito de outra forma, o que o povo realmente pensa sobre a PM? Hoje, quem passava no Centro no horário do almoço de longe escutava notas harmoniosas vindo da praça XV e, andando mais um pouco, logo avistava-se uma aglomeração de populares em pé que assistiam a uma apresentação da banda da PM. Lá estavam eles, vestidos com a farda tradicional, mas trajando no dia de hoje os mais variados instrumentos musicais. É surpreendente ver esses policiais mostrando seu talento em grupo tocando um repertório diverso para deleite dos que ali estavam, e ainda mais surpreendente é saber que cada um deles escolheu como ofício a nobre missão de servir e proteger o cidadão de bem. Ora, alguns poderiam dizer, o que tem de tão especial uma corporação ter uma banda de música? Isso a faria popular? Não necessariamente, contudo, quando essa banda decide tocar em seu repertório canções populares sendo acompanhada pelo povo ali reunido  fica demonstrado de forma clara a sua raiz popular. O que poderia ser mais desconcertante para os que querem o fim da PM do que ver um oficial da PM cantando a música de um negro ilustre, Jorge BenJor, que diz algo mais ou menos assim,

“Moro, num país tropical, abençoado por Deus, e bonito por natureza …  sou Flamengo e tenho uma nega chamada Teresa” .

Definitivamente, é impensável achar que conseguirão acabar com uma instituição como a PM que transita de forma tão fluida no imaginário popular como uma corporação capaz de entreter o público numa apresentação com a de hoje, e diariamente é vista nas ruas de nossas cidades guardando a sociedade. Os tempos podem até passar, mas as instituições realmente valorosas tem garantidas sua permanência no tempo.


Marcelo Carvalho

Professor do Departamento de Matemática