Tendências e futuro da Apufsc

A votação em urnas, expressa pelos sócios da Apufsc, apresentou, como resultado da recém passada AG Permanente de dois dias: desejos, exigências, lições e tendências importantes.

A Apufsc que interessa aos Professores da UFSC, certamente não foi e não é, nem será a Apufsc da Andes. Não será a Apufsc do Centro Tecnológico. Assim como não poderá ser a Apufsc da Educação. Muito menos será a Apufsc das Ciências Sociais e Aplicadas.

A Apufsc da Andes encerrou o seu ciclo no dia 17 de setembro de 2009. A aparente tendência de uma Apufsc do Tecnológico não poderá se configurar como uma Apufsc saudável e nem de todos os Professores da UFSC. Porque a Apufsc que nos interessa não poderá estar de costas para a Educação. Não poderá ficar tão distante das Ciências Humanas e Sociais, da Filosofia e das Comunicações. Nem poderá ficar somente próxima demais do Direito, da Economia, das Ciências Exatas e Aplicadas. Isto é e será um divisionismo de tendências pouco saudáveis.

A Apufsc pela qual todos trabalhamos muito tem que ter a cara da UFSC, das Ciências Humanas, Sociais e Aplicadas. Assim como das Ciências Exatas e Aplicadas, como as Engenharias de Arquitetura, Agrárias, Aquáticas e Tecnológicas. Sempre lutamos para que os Colégios se sentissem bem entre nós. Assim como não concordamos em abrir mão da sabedoria de nossos Aposentados, da beleza de nossa infância e da sensibilidade de nossa adolescência…

Vistos os mapas dos resultados que surgiram das urnas, mais uma vez, como em outubro de 2008, verificamos que a Diretoria da Apufsc se fez representar, fortemente, entre os Aposentados. Manteve estacionário o seu “prestígio” entre os Professores das Comunicações e Expressões. Não conseguiu avançar nas Ciências Agrárias e das Águas. Perdeu muito prestígio entre os Biólogos e das Ciências Naturais. Pouco ganhamos nas Ciências da Vida e nos mantivemos vitoriosos nas Ciências Jurídicas e Econômicas. Estas indicações tendenciais nos remetem a modificar os nossos trabalhos de representação e de trato dos interesses de todas as categorias de Professores da UFSC. Mas, sobretudo, estas tendências indicam que precisamos prestar muito mais atenção e dedicar muito mais presença aos interesses, ao que se passa e ao que querem os Professores de todas as áreas aonde tivemos uma fraca representatividade e que foi aonde tivemos bem menos votos do que os nossos opositores sistemáticos.

Sintetizo dizendo que precisamos nos tornar mais presentes na Educação, nas Ciências Sociais, nos Colégios, na Agricultura e entre os Biólogos. As lideranças dos adversários foram mais eficazes do que as nossas nestas áreas das Ciências e do Conhecimento, na UFSC. Não concordo que tenhamos que pagar o preço de sermos identificados como lideranças que só têm sucesso entre Engenheiros e Advogados. Porque isto não corresponde à verdade. Isto apenas nos mostra que temos que nos fazer mais presentes nas áreas onde estamos reiteradamente carentes. E, se não for isto, teremos que fazer um melhor esforço de identificação dos problemas existentes para encontrarmos as melhores soluções que deveremos implementar.

O Novo Estatuto da Apufsc que terá que ser feito, a partir dos resultados da recente grande Assembléia Permanente de dois dias, como uma proposta que já apresentei à Diretoria da Apufsc terá que incorporar as novidades adquiridas no Regimento aprovado em 2008. Mas deverá retomar as definições do Estatuto de 1990 e não se equivocar com as funções do Conselho de Representantes. Pois, ficou provado, em 2009, que como os adversários perderam a sua plataforma de manobra que eram as minúsculas e manipuladas Assembléias de até 20 (vinte) professores, onde o seu punhado de lideranças, quase militarizadas e persistentes, permaneciam por horas e horas nas AGs até cansar os nossos aliados que abandonavam as AGs e aí, então, com os seus vinte militantes presentes eles ganhavam todas as Assembléias…

Agora eles perderem a plataforma das AGs e se concentraram no Conselho de Representantes da Apufsc que é uma espécie de mini-Assembléia Geral à feição deles. Uma AG de até trinta Professores! Espaço onde eles estão sempre presentes e todo o tempo, como num terreno de suas Assembléias. O CR pode ser um espaço “definido por coleguismos” e não por eleições difíceis como as das Diretorias, cheias de clivagens ideológicas e de vetores políticos… Nas “mini-AGs, como pode ser o CR”, eles podem ganhar todas. Pois, os nossos aliados não agüentam essas praticas e se vão embora. E, foi assim que eles passaram a derrotar a Diretoria, seguidamente, no Conselho de Representantes. Então, temos que mudar este Conselho para torná-lo um espaço de consulta e de assessoria da Diretoria. Onde a minoria das Assembléias, que perde todas as Eleições e Assembléias com mais de trinta Professores não possa, artificial e manipuladamente, derrotar a Diretoria. Como fizeram! Recente e manipuladamente, no Conselho de Representantes da Apufsc. Então temos que mudar o Conselho de Representantes para uma espécie de Conselho Assessor e de Consulta: que possa eleger o Conselho Fiscal e de Contas da Apufsc e que seja uma fonte permanente de consulta e assessoria da Diretoria da Apufsc.

A Diretoria tem que ser fortalecida. Ela não pode ser tão enfraquecida, congelada, enrijecida e sem capacidade de ação como ficou, por todo este ano de 2009 quando, até para enviar uma coroa de Flores para o enterro de uma professora falecida dois Diretores receberam a “recomendação” de que deveriam consultar à reunião do CR que ocorreria 20 dias após. Isto para serem autorizados a enviar a coroa de Flores à defunta e aos familiares dela. – Isto pode ser caricatural, mas ocorreu e não pode continuar sendo uma prática inviabilizadora da Diretoria da Apufsc. Assim como a Diretoria tem que ser bem mais coletivizada e um pouco menos presidencializada. Pois, isto a enfraquece demais e transforma os Diretores em meros membros decorativos e sem funções. O que, após a eleição e a posse os leva a abandonar a Apufsc. Como já é o caso, mais uma vez, nesta Diretoria de 2008-2010. A continuar assim, o Novo Estatuto da Apufsc poderá criar uma Diretoria apenas com o Presidente e o Tesoureiro. Pois, a Secretaria Geral é desnecessária, a Secretaria de Imprensa não funciona e o resto é decorativo!

Além disto, seria muito bom que fosse uma exigência estatutária de que cada Diretor da Apufsc tivesse o compromisso de dar um expediente de pelo menos, meio dia por semana, numa escala de plantão, para que conheça a Apufsc do dia a dia, de que não se trata de uma micro-empresa e nem de uma entidade feita de relações digitais, para ver as demandas sociais que por ali passam, como as apresentadas pelos Professores, as demandas da Universidade, da comunidade Universitária e de fora dela, etc. Isto geraria uma boa representação dos interesses de todos, junto às instituições sociais, em geral, à imprensa, à justiça e em todas as áreas que se façam presentes os interesses dos Professores e da comunidade universitária que a Apufsc representa.

Estas são tendências importantes e que claramente podem ser deduzidas dos resultados de nossa recém-passada assembléia Geral e Permanente de dois dias que brilhantemente ocorreu nos passados e inesquecíveis dias históricos, para a Apufsc, de 16 e 17 de setembro de 2009.