UFSC aprova título de professoras eméritas a Maria Bernardete Ramos Flores e Joana Maria Pedro

Docentes são as primeiras docentes do Departamento de História a receberem o título

As docentes Maria Bernardete Ramos Flores e Joana Maria Pedro receberam, na tarde desta terça-feira, dia 26, o título de professoras eméritas da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). O reconhecimento foi aprovado por unanimidade pelo Conselho Universitário (CUn) da instituição. Os conselheiros presentes ressaltaram a trajetória das docentes do Centro de Filosofia e Ciências Humanas (CFH) e a contribuição delas tanto em seus departamentos quanto em suas áreas de estudo.

O chefe do Departamento de História, Waldomiro Lourenço da Silva Júnior, ressaltou seu orgulho e prestígio ao ver o título das duas professoras sendo apreciado pelo CUn. “São muitos anos de dedicação à instituição, ensino, pesquisa e extensão”, destacou.

Alex Degan lembrou que o CFH, centro no qual é diretor, é destaque dentro dos rankings das melhores universidades em que a UFSC aparece. Para ele, “são essas professoras, professores, servidores, que tornam a nossa instituição tão importante. Se ela [UFSC] é tão destacada no cenário nacional, latino-americano e mundial, isso se deve ao trabalho dessas colegas”.

À Apufsc-Sindical, a professora Joana Maria Pedro compartilhou sua honra em receber a homenagem e lembrou que foi a primeira vez que o Departamento de História concedeu esse título. “Eu sei que no passado muita gente também merecia e, ao saber desta notícia, eu pensei em tantas pessoas. Por isso, entendo que esta concessão dupla — para a Profa. Maria Bernardete Ramos Flores e para mim — resume a trajetória de tanta gente importante, tantas pessoas que realizaram grandes pesquisas no Departamento de História. Fico feliz que nós duas estejamos, de certa forma, representando gerações de historiadores e historiadoras que deixaram um legado tão importante. O que fizemos, o caminho que trilhamos, já havia sido, em grande parte, aberto por pessoas que nos precederam.”

A UFSC completará 64 anos de história no dia 18 de dezembro deste ano e em sessão solene para comemorar a data irá homenagear as professoras eméritas. A dignidade universitária é “concedida a membro de pessoal docente aposentado, pelos altos méritos profissionais ou por relevantes serviços prestados à Instituição”.

Maria Bernardete Ramos Flores

A conselheira Marilia Carla de Mello Gaia, relatora do processo da professora Maria Bernardete Ramos Flores, ressaltou que a docente atuou no Departamento de História entre 1987 e 2013, tendo se aposentado como professora titular, contribuindo para a configuração atual do Departamento e do Programa de Pós-Graduação em História, no qual atua como orientadora até o presente. É bolsista de produtividade em pesquisa 1B do CNPq e uma grande referência no campo da História Cultural e da História da Arte no Brasil. Contribuiu para a estruturação da Associação Nacional de História (Anpuh) em Santa Catarina, e do Grupo de Trabalho História Cultural da Anpuh a nível nacional.

A professora Maria Bernardete Ramos Flores (Foto: Divulgação)

Maria Bernardete é graduada em História pela Universidade do Vale do Itajaí (1973), mestre em História pela UFSC (1979) e doutora em História pela PUC/SP (1991). Realizou Pós-Doutorado na Universidade Nova de Lisboa e na University of Maryland (1999-2000), e no Idaes da Universidad de San Martín – Argentina (2009- 2010). Foi professora visitante na Universidade de Salamanca (2003) e pesquisadora visitante na University of California – Campus Davis (1994). Foi agraciada com o Prêmio Destaque de Pesquisa – Centro de Filosofia e Ciência Humanas (2010). Foi coordenadora do Programa de Pós-Graduação em História da UFSC por diversos anos, e atuou no Comitê da Área de História na Capes. Dedica-se à pesquisa de História e Arte, Modernidade e Estética, Teoria da Imagem e Teoria da História. Atua na Linha de Pesquisa História da Historiografia, Arte, Memória e Patrimônio, do Programa de Pós-Graduação em História da UFSC.

A professora Maria Bernardete orientou 35 trabalhos de conclusão de curso de graduação, 36 dissertações de mestrado e 41 teses de doutorado durante sua carreira. É autora de livros, capítulos de livros e artigos científicos, organizadora de coletâneas diversas, no Brasil e no exterior.

Joana Maria Pedro

A conselheira Maria del Carmen Cortizo foi a relatora do parecer que delineou a trajetória acadêmica da professora Joana Maria Pedro. Na leitura do parecer, destacou que a docente atua no Departamento de História da UFSC desde o início da década de 1980, contribuindo significativamente para a qualificação acadêmica em todos os níveis da graduação e da pós-graduação, e para a projeção nacional e internacional do Departamento e da UFSC, trata-se de uma intelectual amplamente reconhecida no campo da História das Mulheres e do Gênero no Brasil na América Latina.

A professora Joana Maria Pedro (Foto: Divulgação)

A professora Joana tem graduação em História pela Universidade do Vale do Itajaí (1972), mestrado em História pela UFSC (1979) e doutorado em História Social pela Universidade de São Paulo (USP) (1992). Fez pós-doutorado na França, na Université d´Avignon, entre 2001 e 2002, e nos Estados Unidos, na Brown University, entre 2016 e 2017. Foi professora visitante na Universidade do Chile (2021), na Universidade Nacional de La Plata (Argentina, 2013) e na Université Paris Diderot, Paris 7 (França, 2014).

No desenvolvimento de funções administrativas, foi coordenadora do Programa de Pós-Graduação em História entre 1993 e 1995, diretora do CFH entre 1996 e 2000, coordenadora do Programa de Pós-Graduação Interdisciplinar em Ciências Humanas (PPGICH) entre 2008 e 2012, e pró-Reitora de Pós-Graduação entre 2012 e 2016 e candidata à Reitoria da UFSC em 2003.

Entre outras atividades, cabe também mencionar que foi Presidenta da Associação Nacional de História (Anpuh) na gestão 2017-2019; Editora da Revista Estudos Feministas; e que atuou no Comitê da Área de História do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).

Aposentou-se em março de 2019, dando continuidade a suas atividades em qualidade de professora voluntária como docente permanente do Programa de Pós-Graduação em História e do Programa de Pós-Graduação Interdisciplinar em Ciências Humanas da UFSC, e como pesquisadora do Instituto de Estudos de Gênero (IEG) e do Laboratório de Estudos de Gênero e História (LEGH). É pesquisadora 1A do CNPq.

Tem experiência na área de História, com ênfase em História do Brasil República, principalmente nos temas: feminismo, gênero, relações de gênero, história das mulheres, memória, história oral, história do tempo presente e história comparativa. Entre seus livros mais conhecidos estão “Mulheres Honestas, Mulheres Faladas: uma questão de classe” (Ed. UFSC, 1991), “Nova História das Mulheres no Brasil” (Contexto, 2012 com Carla Pinsky), “Gênero, Feminismos e Ditaduras no Cone Sul” (Mulheres, 2010, com Cristina S. Wolff) e outros, além de inúmeros artigos e capítulos de livros publicados no Brasil e no exterior.

Imprensa Apufsc
Com informações do Notícias UFSC