Metade dos pesquisadores para de publicar artigos uma década após início da carreira

Mulheres têm maior probabilidade do que homens de parar de publicar artigos científicos, mostra levantamento

Um estudo publicado na revista Higher Education que analisou a produção de 400 mil pesquisadores de 38 países mostrou que quase metade deles parou de publicar artigos uma década após o início da carreira científica – um terço já havia deixado de produzir papers após cinco anos. Os dados indicam que as mulheres têm mais probabilidade de parar de publicar do que os homens, embora a diferença seja menos expressiva entre a geração mais jovem de pesquisadores.

Marek Kwiek e Lukasz Szymula, ambos da Universidade Adam Mickiewicz, na Polônia, analisaram as publicações de dois grupos de cientistas – 142.776 pesquisadores (52.115 mulheres) que iniciaram a publicação de artigos em 2000 e 232.843 (97.145 mulheres) que começaram em 2010. Utilizaram o banco de dados Scopus, da editora Elsevier, como parâmetro da atividade científica em 16 disciplinas das áreas de ciências, tecnologia, engenharias, matemática e medicina. “Sempre soubemos que pesquisadores deixam a ciência, mas a escala desse abandono era, de certa forma, desconhecida”, disse Kwiek à revista Nature.

No grupo que começou a publicar nos anos 2000, as mulheres eram 12% mais propensas do que os homens a interromper as atividades científicas que resultam em publicações após cinco ou 10 anos de carreira. Em 2019, apenas 29,4% das mulheres do grupo ainda publicavam artigos, em comparação com quase 33,6% dos homens. Já no universo de pesquisadores que iniciou suas atividades em 2010 e representa uma geração mais jovem de cientistas, a diferença entre os gêneros foi menor: cerca de 41% das mulheres e 42% dos homens ainda publicavam uma década após seu primeiro artigo.

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