UFSC participa de projeto social de aproximação de estudantes a comunidades e movimentos agrários

Inscrições estão abertas até 22 de novembro

A Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) participa da edição de 2025 do Estágio Interdisciplinar de Vivência (EIV), que ocorre entre 11 e 26 de janeiro em Catanduvas, no Oeste catarinense. Organizado em conjunto com o Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), o Movimento de Mulheres Camponesas (MMC), o Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA), o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e o Levante Popular, o EIV é uma atividade que existe desde 1989 em vários estados do Brasil, que visa à aproximação de estudantes de diversas áreas de formação à realidade do campo brasileiro e busca auxiliar na construção de outro modelo de desenvolvimento para o espaço agrário do país. Em Santa Catarina, existe desde 2006 e, na UFSC, se vincula ao Departamento de Zootecnia e Desenvolvimento Rural do Centro de Ciências Agrárias (CCA) como projeto de extensão intitulado Experiência Interdisciplinar de Vivência, sob coordenação da professora Marilia Gaia.

As inscrições para o EIV 2025 estão abertas até 22 de novembro e devem ser realizadas por formulário on-line. As inscrições são abertas para estudantes e classe trabalhadora na sua totalidade. “Um dos princípios do EIV é a não dissociação do trabalho manual e intelectual, buscamos contemplar e acolher toda a diversidade de sujeitos e atividades econômicas”, descreve Marilia.

De acordo com os organizadores, o EIV tem como objetivo possibilitar aos estudantes da UFSC e das instituições parceiras no estado uma alternativa para o enriquecimento da formação acadêmica, comprometendo-se com o entendimento das diversas faces da realidade do meio rural, por meio do contato direto com aspectos socioeconômicos, políticos e culturais de assentamentos da Reforma Agrária, comunidades de pequenos agricultores organizados e famílias atingidas por barragens.

Nesta edição, o EIV será subdividido em três etapas principais: preparação, vivência e avaliação. Com norte da educação popular, na primeira etapa, são realizadas atividades sobre diversos temas que atravessam a nossa sociedade mediadas por educadores populares, a partir da perspectiva dos movimentos sociais. Na segunda etapa, os participantes compartilham vivências nas famílias organizadas nos movimentos sociais, com aproximação da cultura camponesa e dos desafios e contradições do cotidiano das comunidades. A última etapa é a socialização das vivências e síntese das impressões e ideias, trazendo a perspectiva do projeto popular.

Segundo a professora e coordenadora do projeto na UFSC, Marilia Gaia, a iniciativa tem como intuito fortalecer a unidade das lutas do campo e da cidade, contribuindo para a formação política de sujeitos críticos e atuantes na sociedade e para o fortalecimento dos movimentos da organização internacional de direitos humanos Via Campesina. “O EIV uma ferramenta político-pedagógica que procura despertar nos estudantes a identificação das contradições sociais do campo e a prática de novos valores necessários à construção de uma nova sociedade, além de estimular a reflexão e importância dos profissionais da universidade atuando no campo”, afirma.

Fonte: Notícias UFSC