Por conta das ameaças, a pesquisadora Debora Diniz precisou deixar o Brasil e teve a carreira prejudicada
O Núcleo de Direitos Humanos (NDH) do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) denunciou à Justiça na quarta-feira (22) um homem acusado de ameaçar nas redes sociais a pesquisadora Debora Diniz , da Universidade de Brasília (UnB), informou o Correio Braziliense, que não divulgou o nome do acusado, apenas que é morador de São José dos Pinhais (PR). Devido às ameaças, a pesquisadora precisou deixar o país e, por isso, teve o trabalho científico prejudicado. Além da condenação criminal pelas ameaças, o Ministério Público pede indenização de R$ 10 mil à vítima.
Insatisfeito com pesquisas na área de direitos reprodutivos e sexuais de mulheres, como a relacionada à interrupção da gravidez em caso de anencefalia no feto, desenvolvida no Instituto de Bioética, Direitos Humanos e Gênero (Anis) da UnB sob o comando da pesquisadora, o tal homem passou a ameaçá-la em maio de 2018 por meio de mensagens privadas via Facebook . Mapeou o histórico profissional da professora e tentou difamá-la nas redes sociais. As provas que ligam o denunciado aos fatos foram localizadas, segundo o MP, durante mandado de busca e apreensão autorizado pela Justiça e cumprido na casa do suspeito no Paraná.
As promotoras de Justiça que assinam a denúncia explicam que a vítima vem sendo alvo de pessoas e “grupos que praticam crimes de ódio na internet, ou seja, motivados pelo preconceito”. “Os agressores escolhem pessoas com trajetória na luta pelos direitos humanos com o objetivo de neutralizar suas atuações institucionais por meio de ações intimidatórias”, dizem as promotoras.