Segundo os dados, 23% dos pais relataram que, mesmo levando seus filhos ao posto de vacinação, não conseguiram vaciná-los
Um estudo da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), em parceria com a Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo (FCMSCSP) apontou que mães negras enfrentam quase o dobro de dificuldades para vacinar crianças de até dois anos em comparação com mães brancas.
A pesquisa analisou 37,8 mil nascidos vivos em 2017 e 2018 e revela que as crianças com pais negros são as mais afetadas por atrasos no calendário vacinal e pela falta de acesso à imunização nos primeiros anos de vida.
O caso foi relatado em uma reportagem do Portal R7, que ouviu o professor do Departamento de Saúde Pública da UFSC e autor do estudo, Antonio Fernando Boing.
Segundo os dados, 23% dos pais relataram que, mesmo levando seus filhos ao posto de vacinação, não conseguiram vaciná-los. Entre os responsáveis por crianças brancas, essa taxa é de 17%, enquanto entre os negros, ela ultrapassa 29%. A pesquisa também identificou uma desigualdade racial na cobertura vacinal nos períodos críticos de 5, 12 e 24 meses de vida, quando são administradas vacinas como a tríplice viral, hepatite A e rotavírus.
Segundo o estudo, os principais obstáculos relatados incluem a falta de vacinas, postos de vacinação fechados e a ausência de profissionais de saúde. Além disso, 7% dos responsáveis enfrentaram dificuldades para levar seus filhos à vacinação devido à falta de tempo e dificuldade de transporte, um problema 75% mais comum entre a população negra em comparação à branca.
Fonte: Notícias da UFSC