Entidade foi o primeiro sindicato de docentes de universidades federais do Brasil a conquistar o documento
A Apufsc-Sindical realizou na tarde desta quinta-feira, dia 22, um evento especial para celebrar os 13 anos de sua carta sindical. O marco é particularmente importante porque a entidade foi o primeiro sindicato de docentes de universidades federais do Brasil a conquistar o documento. O evento, que ocorreu no auditório do Centro de Comunicação e Expressão (CCE) da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) reuniu ex-presidentes do sindicato, diretores do Proifes-Federação e autoridades políticas, como os ex-ministros Manoel Dias (PDT) e Ideli Salvatti (PT).
A mesa redonda foi conduzida pelo presidente da Apufsc, José Guadalupe Fletes. Na abertura, ele agradeceu aos presentes e passou a palavra ao vice-presidente, Adriano Duarte, que leu uma nota em nome da Diretoria. Nela, a gestão defendeu que o evento “é um ato político em defesa da carta sindical”, e a mesa foi composta por pessoas que continuam atuando em prol do documento. “Hoje celebramos aqui a autonomia sindical, a democracia sindical e o diálogo”, finalizou Adriano.
Além do presidente e vice, estiveram presentes no evento a secretária-geral da Apufsc, Viviane Heberle, o primeiro-secretário, Carlos Montez, a diretora financeira, Karine Simoni, e o diretor financeiro adjunto, Santiago Yunes.
A mesa foi composta pelos ex-presidentes da Apufsc Carlos Mussi (2010-2012), Wilson Erbs (2014-2018), Carlos Alberto Marques (2018-2022), o presidente do Proifes-Federação, Wellington Duarte, e a presidenta da Central Única dos Trabalhadores em Santa Catarina (CUT/SC), Anna Julia Rodrigues.
Bebeto Marques reverenciou “todos os professores e professoras que se envolveram no processo de desfiliação e na conquista da carta sindical”, e saudou a Diretoria da época: “Os professores Armando Lisboa, que presidia da Apufsc, professor Rogerio Portanova, que era vice-presidente, aqui presentes, e o professor Paulo Cesar Philippi, que era secretário geral”. Bebeto citou, inclusive, um documento elaborado por Philippi, agora transformado em e-book, que conta a história da transformação da Apufsc em um sindicato autônomo. O livro está disponível no site.
Ele ressaltou outros nomes importantes, como do ex-ministro Manoel Dias, que estabeleceu a interlocução entre a Apufsc e o Ministério do Trabalho na época. Dias hoje é secretário geral nacional do PDT e presidente da Fundação Leonel Brizola. Para Bebeto, a carta “foi uma mudança radical na democracia sindical”.
Na mesma linha, Mussi destacou duas pessoas importantes naquele contexto: Armando Lisboa e Manoel Dias. “Foram duas pessoas determinantes na condução do processo da obtenção da carta sindical”. Em sua fala, ele lembrou ainda da situação financeira do sindicato naquele momento e da política da época, até o processo de decisão da categoria pela filiação ao Proifes-Federação. “Com o Proifes, passamos a ter assento nas negociações em nível federal”, resumiu.
Erbs também citou nomes de colegas que participaram daquele momento e ressaltou a importância do trabalho dos funcionários da Apufsc. “Acompanhei e aplaudi todas as iniciativas que culminaram na carta sindical”, iniciou. “Hoje estamos comemorando os 13 anos de independência”, completou o ex-presidente.
O presidente do Proifes, Wellington Duarte, disse que a presença de diretores da entidade no evento é uma reverência necessária à relação próxima entre a Apufsc e a Federação. Duarte destacou os espaços que o sindicato representa em nível nacional: no Proifes, são duas diretorias, a de Políticas Educacionais e a de EBTT, ocupadas, respectivamente, por Bebeto Marques e Romeu Bezerra.
“O professor Bebeto é a representação do Proifes no Fórum Nacional de Educação”, destacou Duarte, que explicou que, entre as atribuições da entidade hoje, estão as discussões sobre o novo Plano Nacional de Educação (PNE), o documento mais importante para as políticas educacionais brasileiras para os próximos dez anos.
Também estiveram presentes no evento, representando o Proifes, Jairo Bolter, tesoureiro; Geci Pereira da Silva, diretor de Assuntos Educacionais do Magistério Superior; Rosangela Gonçalves de Oliveira, diretora de Direitos Humanos; e Oswaldo Negrão, diretor de Assuntos Jurídicos.
Por fim, Anna Julia, presidenta da CUT em Santa Catarina, falou do papel de “salvar a educação pública e os profissionais por meio dos sindicatos” e da necessidade de união da categoria. “Não existe democracia sem um sindicato forte e organizado”, finalizou.
Encerradas as contribuições da mesa, Fletes convidou outras pessoas a fazer falas. O primeiro foi o também ex-presidente da Apufsc, Armando Lisboa, que lembrou as dificuldades que o sindicato enfrentou para conquistar a carta sindical, entre outros assuntos. Rogerio Portanova também foi convidado a discursar, e também enalteceu Manoel Dias: “se hoje nós temos a carta sindical, se deve a uma pessoa”, afirmou.
Diretoria do Proifes prestigia o evento
A diretora do Proifes e presidente do Sindiedutec, Rosangela falou da importância do papel da federação e da defesa da educação pública, laica e de qualidade. Bolter, tesoureiro do Proifes e presidente da Adufrgs, se referiu ao evento como um “momento histórico”. Geci, diretor da Federação e presidente da Adufg, falou das dificuldades dos processos de negociação, dos ataques sofridos pelo Proifes e da capacidade da entidade de “apresentar propostas viáveis”. Oswaldo Negrão, diretor da Federação e presidente da Adurn, falou sobre o adoecimento de profissionais da educação, um assunto que deve ser pauta dos sindicatos.
Presença de ex-ministros
A ex-ministra dos Direitos Humanos e de Relações Institucionais e ex-senadora Ideli Salvatti (PT) também discursou no evento. Ela iniciou sua fala saudando o ex-colega de ministério, Manoel Dias, e relembrou: “A Apufsc sempre esteve na minha vida, nas lutas em defesa da educação pública, na Assembleia Legislativa, quando fui senadora, quando fui ministra”.
Também contou como foi o momento de criação do Movimento Humaniza SC, hoje instituto, coordenado por ela e criado em parceria com a Apufsc para combater o nazifascismo no estado. Ideli ponderou que é natural que haja contradições e críticas em uma entidade com tanto tempo de história, e pontuou: “a nossa disputa não é entre nós, é contra os bárbaros”.
O último a falar foi o ex-ministro do Trabalho Manoel Dias, que agradeceu pelas menções, mas afirmou: “se fiz alguma coisa, foi para cumprir o meu dever”. Ele refletiu, ainda, sobre a crise que a educação brasileira enfrenta, e analisou a conjuntura política nacional.
Imprensa Apufsc