Cerca de 100 mil pessoas devem ser testadas em Florianópolis, que foi a primeira capital do país a implementar a medida
O aeroporto internacional Hercílio Luz, em Florianópolis,
iniciou na tarde desta quinta-feira (16) a testagem rápida de pacientes para
detectar o novo coronavírus, uma medida que não está sendo seguida em outros
dos principais terminais do país.
Em Santa Catarina, serão testadas pessoas conforme avaliação clínica no local,
ou seja, não é um lugar em que as pessoas chegarão e farão a testagem sem
recomendações. Segundo a Prefeitura de Florianópolis, os testes rápidos serão
feitos em passageiros que desembarcarem no aeroporto e que apresentarem
sintomas da Covid-19.
A cidade já recebeu 25 mil testes rápidos e 10 mil testes do tipo PCR, mais
preciso. De acordo com o secretário, devem ser testadas 100 mil pessoas. “Nosso
modelo é o da Coreia do Sul”, afirmou o secretário da Saúde da capital, Carlos
Alberto Justo da Silva.
Os testes rápidos não estão sendo feitos, por ora, em outros
importantes aeroportos do país, como Guarulhos, Congonhas e Viracopos (SP),
Santos Dumont (RJ), Confins (MG) e Brasília, que afirmam seguir as
determinações da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e do
Ministério da Saúde e estarem abertos a pedidos do tipo caso autoridades de
saúde queiram fazer os exames.
Em Guarulhos, a concessionária GRU Airport disse que não há previsão de
implantação de testes rápidos de coronavírus nos atendimentos aos passageiros
do aeroporto internacional, mas que outras medidas estão sendo tomadas, entre
elas a aferição da temperatura corporal de todos os passageiros que desembarcam
de voos domésticos e internacionais em posto médico avançado implantado para o
procedimento pré-hospitalar.
Outras medidas são os procedimentos de higienização, com aumento da frequência nas áreas comuns do aeroporto, e reforço no abastecimento de papel higiênico e papel toalha, sabonete, álcool em gel (72 pontos) e a disponibilização de lixeiras para descarte de materiais como máscaras e luvas.
Em
Viracopos, em Campinas, a concessionária Aeroportos Brasil Viracopos informou
que, até o momento, não há indicativo de autoridades de saúde sobre a
realização de testes rápidos no local, que em 2019 recebeu 10,5 milhões de
passageiros.
Conforme a concessionária, Viracopos segue o protocolo estabelecido pelas
autoridades de saúde no caso de algum passageiro apresentar sintomas da doença.
“Esse passageiro é isolado imediatamente pelos profissionais do posto médico do
aeroporto e a rede municipal de saúde é acionada imediatamente para a condução
do passageiro aos hospitais indicados pelas autoridades municipais”, diz
comunicado do aeroporto.
Já em Brasília, terceiro maior do país em movimentação internacional de passageiros, a concessionária Inframerica disse também que, se algum passageiro apresentar sintomas, é encaminhado ao posto médico do terminal para análise e que, se a suspeita for confirmada, é levado para o hospital de referência no Distrito Federal.
Sobre os aeroportos de Congonhas e Santos Dumont, a Infraero informou que as medidas podem ser tomadas se os locais forem procurados por autoridades de saúde para isso e que a triagem e aferimento de temperatura dos passageiros seguem as determinações da Anvisa e do ministério, “além de estar em contato frequente com os demais órgãos competentes nas esferas federal, estadual e municipal para alinhar as práticas de combate à transmissão do novo coronavírus”.
De acordo com a estatal, os dois terminais seguem operando, sem interrupção na prestação de serviço, e contam com medidas para garantir a segurança dos passageiros e empregados no combate à pandemia, assim como em Guarulhos.
Portas fechadas
No Santos Dumont, desde o dia 22 de março, algumas portas dos setores de embarque e desembarque estão fechadas até que a movimentação de passageiros e usuários justifique a reabertura. “A Infraero esclarece que foram mantidas abertas as portas principais de ambos os terminais e houve reforço dos vigilantes de forma ostensiva a evitar aglomerações.”
Já em Congonhas, o transporte de passageiros para embarques e desembarques remotos está mais rigoroso e cada ônibus transporta até 32 passageiros por vez, todos sentados e respeitando as distâncias determinadas pela Anvisa. O aeroporto internacional de Belo Horizonte, que fica em Confins, na região metropolitana, diz seguir as normas e não ter até o momento protocolos que determinem a realização de testes para passageiros que desembarquem no local.
“O aeroporto acompanha a situação e está aberto a todas as orientações que sejam repassadas pelos órgãos de saúde”, diz nota enviada pela administradora BH Airport.
Os voos internacionais estão suspensos no aeroporto, mas ainda há chegada de brasileiros deportados dos EUA. O último desembarque do tipo ocorreu no dia 3.
Segundo o secretário da Saúde da capital catarinense, os passageiros suspeitos em Florianópolis já tinham sua temperatura medida no aeroporto. Agora, serão testados.
Além disso, os moradores da capital catarinense com suspeita da doença serão contatados por telefone para que possam ser testados nos centros de saúde mais próximos de suas residências, mesmo que sejam assintomáticos. “Quanto mais formos eficientes no isolamento, menos casos vamos ter”, disse Silva.