Capes destaca protagonismo das universidades federais em debate na 5ª CNCTI

Evento contou com presença de reitores e reitoras

Reitores e reitoras das universidades federais brasileiras participaram do debate “As universidades públicas no Brasil: presente e futuro”, na 5ª Conferência Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação (5ª CNCTI), realizada na última quinta-feira, dia 1º, no Centro de Eventos e Convenções Brasil 21, em Brasília.

Debate sobre “As universidades públicas no Brasil: presente e futuro” na 5ª CNCTI (Foto: Andifes/Divulgação)

Sob a mediação da reitora Márcia Abrahão Moura (UnB), ex-presidente da Andifes, a mesa reuniu a presidente da Capes, Denise Pires de Carvalho, representando o Ministério da Educação (MEC), o reitor Alfredo Gomes (UFPE), o reitor Dácio Matheus (UFABC), responsável pela relatoria do debate, Manoella Mirella, presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE), e o presidente da Sociedade Brasileira de Física (SBF), Rodrigo Capaz.

A presidente da Capes iniciou o debate destacando o protagonismo das universidades federais na produção científica e tecnológica do Brasil. “É muito importante que tenhamos, nesta 5ª Conferência Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação, o conhecimento de que a produção científica acontece majoritariamente nas universidades públicas, com algumas exceções”, disse.

Segundo ela, 60% da ciência brasileira é produzida por 15 instituições públicas, das quais 11 são federais e quatro estaduais. “Quando olhamos para as 20 maiores universidades na produção científica, são todas universidades públicas”, afirmou.

A titular da Capes apresentou os pilares das universidades públicas – ensino, pesquisa e extensão – e acrescentou que a produção científica brasileira vem crescendo progressivamente ao lado da pós-graduação brasileira. Ou seja, quanto maior é o número de titulados, maior é a produção científica nacional. “Existe essa estreita relação e, por isso, apresento a expansão do sistema de pós-graduação no Brasil, que está majoritariamente nas universidades públicas”, acrescentou.

A presidente da Capes mostrou, ainda, a curva ascendente dos programas de pós-graduação, a partir de 2000, em sintonia com o aumento de cursos e de número de titulados. Essa tendência positiva, porém, foi interrompida no período da pandemia, principalmente, refletindo o “subfinanciamento” da pós-graduação no governo anterior, segundo disse.

Denise Pires de Carvalho, que foi reitora da UFRJ, lembrou que na década de 1990 o sistema de pós-graduação era concentrado principalmente no Distrito Federal e nas regiões Sul e Sudeste, enquanto que no Nordeste, somente na região litorânea. “O sistema hoje atinge 323 municípios da Federação e, a partir de 2010, passamos a ter produção científica em todas as regiões do país”, comemorou.

Na mediação do debate, a reitora Márcia Abrahão Moura (UnB) destacou o protagonismo das universidades federais tanto no cenário da pesquisa nacional como no mercado internacional. No entendimento da ex-presidente da Andifes, a produção científica das instituições reflete diretamente a melhoria da qualidade de vida do brasileiro.

Carência orçamentária

Em seguida, o reitor Alfredo Gomes (UFPE), representante da Andifes no Fórum Nacional de Educação (FNE) e na Conferência Nacional de Educação 2024 (Conae), direcionou o foco para a carência orçamentária das universidades federais. Para o reitor, essas instituições precisam ter estabilidade e sustentabilidade financeira em curto, médio e longo prazos, para que seja possível assegurar qualidade de vida da população e a soberania nacional.

O reitor lembrou que as instituições enfrentam dificuldades orçamentárias consideráveis desde o governo anterior. “Sofremos muito nos últimos anos e devemos, enquanto país –, e tenho a certeza de que Denise (presidente da Capes), o ministro Camilo Santana (MEC) e o presidente Lula têm essa preocupação – achar uma forma mais perene e mais permanente de financiamento das universidades, assim como da ciência, tecnologia e inovação”, analisou.

Já o reitor Dácio Matheus (UFABC) avaliou que o debate contribui com o aperfeiçoamento das políticas públicas voltadas para as universidades federais.

Debates temáticos

Vários reitores das universidades federais participaram de debates temáticos no decorrer da 5ª CNCTI nesta semana, de 30 de julho a 1º de agosto.

Na quinta-feira, 1º de agosto, a vice-presidente da Andifes e reitora Sandra Goulart (UFMG) participou do debate sobre “Educação superior e os sistemas territoriais de inovação. A conversa foi mediada pela pesquisadora Ana Cristina Fernandes (UFPE) e contou ainda com a participação de Luiz Curi (Conselho Nacional da Educação/CNE), de Elias de Pádua Monteiro (Conif), de Odilon Máximo de Morais (Uneal/Abruem) e de Luiza Rangel (MCTI), como relatora.

Na ocasião, a reitora da UFMG avaliou o ecossistema de inovação e disse que a consolidação desse processo passa, necessariamente, pela participação das instituições de ensino superior. “Temos que consolidar isso como um importante trunfo para trabalhar a inovação”, conclui.

Já a reitora Joana Angélica Guimarães (UFSB) participou do debate “Formação profissional de novos pesquisadores para os novos desafios e empregabilidade. Sob a coordenação de Carol Leandro (UFPE), a mesa reuniu também a pesquisadora Flávia Calé (USP) e os profissionais Felipe Morgado (Senai), Goret Pereira Paulo (FGV) e José Goutier Rodrigues (Positivo).

Nesse debate, a reitora da UFSB falou sobre diversidade e inclusão na atividade acadêmica pensando na formação profissional. “Primeiro precisamos definir o que é diversidade e inclusão, que vão desde a inclusão de pessoas, de coletivo sub-representado, até a forma de pensar na inclusão da juventude, fator extremamente importante para entendermos a grande evasão hoje nas universidades pensando na questão profissional, além de entender as diferenças regionais”.

Na quarta-feira, 31 de julho, o reitor Emmanuel Tourinho (UFPA) falou sobre “Oportunidades e desafios para o desenvolvimento nacional sustentável e inclusivo”, com a participação de representantes do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima. O debate, sob a mediação da presidente da ABC, Helena Nader, contou ainda com participação da pesquisadora Elisa Wandelli (Embrapa e CDESS).

Nesse mesmo dia, o reitor Paulo César Miguez (UFBA) participou do debate “Ciência, cultura e economia criativa”, ao lado de Márcio Tavares (Minc), de Márcio Rangel (Mast), Domingos Leonelli (Instituto Pensar), da deputada federal Jandira Feghali e de Claúdia Leitão (Minc e Unesco).

Fonte: Andifes