A medida, na opinião dele, é justificável em tempos de crise; GT da Educação Superior na Câmara tenta barrar qualquer medida que abale os salários dos servidores
O secretário do Tesouro Nacional, Mansueto Almeida, defendeu, nesta terça-feira (14), o congelamento de salários de servidores públicos por alguns anos. A medida, na opinião dele, é justificável em tempos de crise, como o vivido hoje devido à pandemia de coronavírus. Ele acredita que o cenário é melhor do que o observado na iniciativa privada, que pode diminuir salários. Mansueto comentou o assunto em live promovida pelo Jota.
A equipe econômica defende proibir reajustes com a justificativa de arcar com os gastos urgentes para contenção da pandemia, como criação de auxílios e isenção de impostos. Mansueto enfatizou que a proposta “não é queda de salário, é suspensão de aumento por alguns anos”, sem nenhum corte.
“Acho que o próprio servidor público vai entender se o governo tiver que passar um tempo, alguns anos, um ano, dois anos, o que for, sem possibilidade de dar aumento salarial, dado que não está ocorrendo nenhuma redução salarial”, afirmou o secretário . “Acho que os servidores vão aceitar esse sacrifício, em prol da sociedade, de uma conta grande que a gente vai ter que pagar”, acrescentou.
Universidades estão na linha de frente da pandemia
O coordenador do Grupo de Trabalho da Câmara dos deputados sobre Educação Superior, Roberto Salles, afirma que a equipe está trabalhando para tentar barrar qualquer tipo de medida que afete a remuneração dos servidores públicos. “Estamos lutando para que nada abale os salários dos servidores e o argumento é sólido, é que neste momento de pandemia é justamente o setor público, em especial o executivo, que está dando a resposta para o governo e para a população”.
Ele ressalta a importância do Sistema Único de Saúde (SUS) e também do trabalho das universidades públicas, institutos federais, Cefets e institutos de pesquisa nas ações de enfrentamento à crise gerada pela pandemia de coronavírus. Os servidores dessas instituições, que estão na linha de frente, salienta, já sofreram redução salarial em razão do aumento das alíquotas determinado pela reforma da previdência. “Estamos trabalhando para evitar que os salários sejam afetados, mas há muita pressão da imprensa, do governo e de alguns economistas”, observa Salles.
Com informações do Correio Braziliense