Ex-presidente da Apufsc e membro do FNE participou de mesa sobre “Novos Caminhos da Educação no Brasil”, que debateu o PNE e Novo Ensino Médio
Na manhã desta segunda-feira, dia 22, a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) recebeu o seminário “Desafios Contemporâneos da Educação no Brasil”. O ex-presidente da Apufsc-Sindical e membro do Fórum Nacional de Educação (FNE), Carlos Alberto Marques, participou da mesa “Novos Caminhos da Educação no Brasil”, que debateu os projetos do Plano Nacional de Educação (PNE) e do Novo Ensino Médio. “Nós precisamos disputar o que queremos para a educação brasileira, ainda que se perca”, comentou Marques.
A mesa contou com a participação de duas representantes da Diretoria de Estudos Educacionais do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), Ana Elizabeth Albuquerque e Fabiana Assis Alves. Além disso, o professor Sergio Stoco, membro titular do FNE, palestrou de forma online.
A abertura do evento contou com a vice-reitora da UFSC, Joana Passos, além de Maurício Gariba, reitor do Instituto Federal de Santa Catarina (IFSC), e de Eduardo Gutierres, secretário de Educação de Florianópolis. Compareceram ainda a deputada federal Carla Ayres (PT-SC), o secretário de Formação do Sindicato dos Trabalhadores em Educação (Sinte), Aldoir Kraemer, e o vereador Carlos Eduardo de Souza, o Cadu (PT-SC).
“A UFSC não pode se furtar de estar presente nesses momentos, porque nós temos uma missão em relação à educação em todo o estado”, comentou a vice-reitora da universidade. Já Gariba enfatizou que o governo Lula anunciou novos campus para a rede federal de educação profissional e tecnológica. Ele também destacou a necessidade de defender a autonomia e a democracia nas instituições de ensino.
PNE: Apenas quatro das 20 metas estabelecidas foram cumpridas parcialmente
Durante a apresentação de dados do Inep sobre as metas do PNE, Ana Elizabeth Albuquerque destacou que um aprendizado necessário para a construção do próximo plano é “olhar para as desigualdades”. A fala da pesquisadora se refere a uma realidade altamente discrepante: a cobertura percentual da população de 16 anos com pelo menos o ensino fundamental concluído. Entre os 25% mais ricos dessa amostra, a abrangência é de 95,5%. Entretanto, entre os 25% mais pobres, a cobertura cai para 74,5%.
Apenas quatro das 20 metas estabelecidas foram parcialmente cumpridas pelo Brasil ao longo dos dez anos previstos para a execução do plano. Sergio Stoco comentou que esse é um dado preocupante. “Não considerar que os planos decenais teriam responsabilidade em dez anos significa desorganizar os sistemas de ensino”.
Ainda nesse contexto, o debate seguiu com diversos questionamentos sobre as metas não atingidas. Bebeto Marques destacou que, dos dois PNE já aprovados no Brasil (2001-2010 e 2014-2024), nenhum foi totalmente cumprido. Segundo o professor, a falta de uma lei de responsabilidade educacional permite que nada aconteça caso as ações não sejam executadas no prazo. “Há muito o que se fazer, mas o campo de resistência da educação pública está presente”, disse.
O seminário “Desafios Contemporâneos da Educação no Brasil” faz parte de um circuito previsto para realização nas cidades de Lages, Florianópolis e Criciúma, respectivamente. Ao fim do último encontro, no dia 30 de julho, as gravações dos eventos serão disponibilizadas pela organização.
O evento desta segunda foi realizado pela Comissão de Educação da Câmara dos Deputados e Frente Parlamentar Mista da Educação, com apoio da UFSC.
Iraci Falavina
Imprensa Apufsc