Telessaúde UFSC auxilia cidade catarinense a diminuir filas de seis meses para sete dias

A teleconsultoria começou a ser oferecida em Criciúma em dezembro de 2023; desde então, já foram realizadas mais de 6 mil atendimentos

A parceria do Núcleo Telessaúde da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) com a Secretaria Municipal de Saúde de Criciúma tem apenas sete meses e já apresenta um impacto expressivo no sistema de saúde da cidade do Sul catarinente. Antes da implementação da teleconsultoria, a fila de pacientes que aguardavam consultas com ortopedistas e cardiologistas era de seis meses. Atualmente, o tempo de espera é de sete dias.

O Telessaúde UFSC é um projeto financiado pelo Ministério da Saúde que opera diversos serviços de saúde digital para o Sistema Único de Saúde (SUS), entre eles a teleconsultoria. Quando um profissional da Atenção Primária à Saúde (APS) tem dúvidas sobre qual conduta adotar para o atendimento de um caso, ele tem a opção de consultar um especialista no assunto para tomar a melhor decisão. Essa interação entre a APS e os especialistas acontece por meio do Sistema de Telemedicina e Telessaúde (STT) e segue protocolos técnicos definidos pelos serviços de saúde em parceria com o núcleo, que garantem segurança e resolubilidade. 

A teleconsultoria começou a ser oferecida em Criciúma em dezembro de 2023. Desde então, já foram realizadas mais de 6 mil atendimentos em nove especialidades diferentes. Além da ortopedia e da cardiologia, outras especialidades que diminuíram suas filas consideravelmente incluem a neurologia – que foi de 14 meses de espera para três meses – e a endocrinologia – de dez meses para sete. 

Teleconsultorias evitam encaminhamentos desnecessários

Além de redução de filas, as teleconsultorias também estão auxiliando o sistema de saúde da cidade a evitar encaminhamentos desnecessários, que “acontecem quando uma pessoa é encaminhada para um médico especialista, exame ou procedimento sem uma necessidade de saúde que justifique o encaminhamento”, explica a professora Patrícia Machado, do Departamento de Saúde Pública da UFSC.

“Estamos habituados a procurar atendimento direto com o especialista, sem que isso se traduza em melhores níveis de saúde. Esses encaminhamentos acabam gerando longas filas de espera e são realidade nos sistemas públicos e privados de saúde”, complementa a professora.

De acordo com a Secretaria de Saúde de Criciúma, 4.031 encaminhamentos desnecessários foram evitados nos seis meses de parceria entre o Telessaúde UFSC e o município. 

“Quando você reduz o tempo de espera por consultas, qualifica os encaminhamentos e aumenta a resolubilidade da atenção básica, o maior beneficiado é sempre o usuário do sistema de saúde”, afirma Antonio Boing, coordenador operacional do Telessaúde UFSC. “Em apenas seis meses, a parceria entre o Núcleo Telessaúde UFSC e o município de Criciúma já produziu resultados extraordinários. Parcerias como essa precisam ser expandidas para continuarmos melhorando o SUS, e o Telessaúde UFSC está atuando para apoiar municípios de todo o Estado de Santa Catarina”, conclui o professor Boing.

Além de Criciúma, oito cidades catarinenses e o governo estadual já pactuaram parcerias diretas com o Telessaúde UFSC para criação de fluxos de teleconsultoria. O Núcleo Telessaúde UFSC fica no Departamento de Saúde Pública do Centro de Ciências da Saúde (CCS) da UFSC.

Fonte: Notícias UFSC