Como alunos negros lutam para acessar a pós-graduação

Pesquisa da Obaap mostra que 54,3% dos programas de pós-graduação adotavam ações afirmativas em 2021, conforme o Nexo

Segundo o Observatório de Ações Afirmativas na Pós-graduação (Obaap), 1.531 programas de pós-graduação adotavam algum tipo de ação afirmativa em 2021, ano dos últimos dados recolhidos pelo grupo. Os números representavam 54,3% de todos os programas da amostra, e evidenciavam que 794 programas haviam adotado a medida nos quatros anos antecedentes. Dados como esses indicam que as ações para promover o acesso de estudantes negros à pós-graduação estão crescendo, mas não alcançam a extensão das iniciativas que já existem hoje na graduação, conseguidas através da Lei de Cotas.

Em uma pesquisa conduzida pelo Nexo, são estudadas quais estratégias, diante desse cenário, cursinhos preparatórios utilizam para ajudar alunos negros a entrar no mestrado ou doutorado. A tese investiga a estrutura do sistema meritocrático, fundamentado em valores universais como igualdade, justiça social e excelência intelectual.

Os resultados apontam que os cursos constituem comunidades de aprendizado e de afeto, atuando como mediadores entre os candidatos e a universidade pública. Buscando enfrentar as disparidades sociais que afetam a educação, foi observado que os estudantes negros desenvolvem estratégias com base em processos históricos de resistência afrodiaspórica para progredir na pós-graduação. Esses movimentos refletem uma ética coletiva negra em oposição ao individualismo, valor central da meritocracia.

Leia na íntegra: Nexo