Mudanças climáticas tornaram a tragédia no Rio Grande do Sul duas vezes mais provável, indica estudo

Cientistas, incluindo professora da UFSC, destacam que as chuvas poderiam não ter causado tanta devastação na região se os sistemas de proteção estivessem operando

As mudanças climáticas estão por trás das chuvas que arrasaram o Rio Grande do Sul, afirma um estudo do World Weather Attribution (WWA) apresentado nesta segunda-feira, dia 3. Segundo a organização, esses fatores dobraram o risco de ocorrência do evento extremo na região. O estudo aponta ainda que mudança do clima associada à ação humana amplificou o efeito do El Niño para que chuvas extraordinariamente intensas acontecessem. Porém, destacaram os cientistas, elas poderiam não ter causado tanta devastação em Porto Alegre, caso os sistemas de proteção da cidade estivessem funcionando.

Regina Rodrigues é uma das autoras do estudo (Foto: UFSC/Divulgação)

“A intensidade catastrófica das chuvas está associada às mudanças climáticas e ao El Niño, mas a magnitude e a persistência de seus efeitos foram agravadas pela falta de preparo para eventos climáticos, de qualquer grau. Essas chuvas causariam um desastre, mas ele poderia não ter sido tão grande, se houvesse um mínimo de preparo”, afirma a professora de Oceanografia da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Regina Rodrigues, uma das autoras do estudo e especialista nos impactos do El Niño no Sul do Brasil.

O estudo também salienta que a destruição da vegetação nativa e a ocupação das margens dos rios contribuiu para amplificar o potencial destrutivo das chuvas do fim de abril e início de maio.

Leia na íntegra: O Globo